Condição histórica e produção estética na periferia
uma visão panorâmica sobre o lugar do romance histórico de língua portuguesa
DOI:
https://doi.org/10.22456/1981-4526.143131Palavras-chave:
romance histórico, literaturas de língua portuguesa, Brasil, ÁfricaResumo
Pretendeu-se, aqui, fazer um levantamento da urgência e da permanência do romance histórico (LUKÁCS, 2011; ANDERSON, 2007) nos países de língua portuguesa a sul do mundo. O que buscamos apresentar, na discussão que segue, é o modo como a forma narrativa originada no século XIX, pelo escocês Walter Scott, segue atuante em países cujas histórias fundacionais carregam traços em comum, o que os tornam mais próximos em suas necessidades históricas e em suas representações (ABDALA JR, 2014). A partir de uma amostragem panorâmica de modelos de romances históricos produzidos no Brasil e em boa parte dos países africanos de língua portuguesa, aferimos que o romance histórico contemporâneo, ainda que com adequações formais distintas, segue sendo um modo de apresentação das crises históricas que alicerçaram a formação dos países decorrentes do processo colonial, empreendido pelo antigo império colonial português, assim como de sucessivas fraturas democráticas.
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Referências
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