Notas para a leitura crítica de uma “pedagogia do poema” em O ritmo dissoluto, de Manuel Bandeira
DOI:
https://doi.org/10.22456/1981-4526.142877Palavras-chave:
poesia brasileira, catarse, vivência receptiva, Manuel Bandeira, György LukácsResumo
Este artigo aborda a poesia de Manuel Bandeira, enfocando um conjunto de poemas do livro O ritmo dissoluto, publicado pela primeira vez em 1924. O livro é representativo do “Ciclo do Curvelo e da Mosela”, composto por obras que realizam a transição da obra de Bandeira do clima lírico finissecular a uma dicção mais cotidiana e sintonizada com a estética modernista. Entre os poemas de O ritmo dissoluto, destaca-se, nesta proposta de leitura crítica, o conjunto composto pelos textos: “Sob o céu todo estrelado”, “Gesso”, “Noite morta”, “Balõezinhos” e “A estrada”. Especialmente esse último poema citado é referenciado com o objetivo de levantar questões relacionadas à forma como Bandeira passa a entender a poesia, seu significado humano e sua função social. A principal hipótese aqui apresentada é a de que os poemas que compõem esse conjunto configuram aos olhos do leitor o momento da composição estética experienciado pelo autor e instam o leitor a passar por uma vivência receptiva a partir da configuração do poema. Para a análise do que se propõe nomear como “pedagogia do poema” em Manuel Bandeira, são mobilizados conceitos e noções trabalhados pelo filósofo György Lukács na Estética, tais como “vivência receptiva” e “catarse”.
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