“O Alienista” como veículo de crítica social
DOI:
https://doi.org/10.22456/1981-4526.142598Palabras clave:
Machado de Assis, “O Alienista”, Intérprete, Sociedade brasileira, SátiraResumen
O artigo visualiza o modo como Machado de Assis interpreta a sociedade oitocentista, a partir da temática da loucura, tendo “O Alienista” como corpus de análise. Em diálogo com estudos de Alfredo Bosi (1982, 2008), de Katia Muricy (1988), de Raymundo Faoro (1982), de Regina Zilberman (1988), de Elton Corbanezi (2015) o artigo centra-se nas ações que compõem a sequencialidade da narrativa, na caracterização das personagens, na desestabilização de discursos, nas remissões a personagens e a fatos da história. Conclui que a confluência desses aspectos projeta o pensamento crítico do escritor, que situa no passado problemas do momento de produção da novela, configurando-a como uma sátira da sociedade brasileira. Essa incide sobre a radicalização dos ideais revolucionários, sobre a busca desenfreada pela modernização, sobre a adoção imponderada de pensamentos científicos europeus e sua generalização, com o intuito de denunciar o abuso de poder, praticado em nome da ciência, e a falsidade inerente a posicionamentos humanos.
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