A revolução da “comunidade natural-espontânea” no conto “Coisas” de José Saramago

Autores

  • Daniel Vecchio Universidade Estadual de Campinas

DOI:

https://doi.org/10.22456/1981-4526.140474

Resumo

Neste trabalho, nos ocuparemos dos processos de mutação social representados na parte final conto “Coisas” de José Saramago, cujas cenas conclusivas apresentam uma inevitável lição humanista de revolução e reconstrução, proclamando a urgência de reconstruir tudo, ou seja, de “formar as circunstâncias humanamente”, como propõe a epígrafe de Marx e Engels em Objecto quase. Por fim, para caracterizar tais circunstâncias transformadoras, veremos como Saramago usufruiu da noção de “comunidade natural-espontânea” de Karl Marx para enquadrar seus personagens fora da circulação de mercadorias, distantes de cenários ultra tecnológicos e centralizadores.

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Biografia do Autor

Daniel Vecchio, Universidade Estadual de Campinas

Daniel Vecchio Alves possui licenciatura em História pela Universidade Federal de Viçosa-MG (2010) e mestrado em Estudos Literários pela mesma instituição universitária (2013). Atualmente cursa o doutorado em História Cultural na Unicamp (2014) e desenvolve pesquisas sobre os hibridismos entre História e Literatura, sobre a História dos Imaginários, a Literatura de Viagens Ibérica dos séculos XV e XVI, a Historiografia dos Descobrimentos Ultramarinos e a Literatura Portuguesa. Faz parte de grupos de pesquisa como o NEP (Núcleo de Estudos Portugueses da UFV) e o Mare Liberum (Centro de Estudos e Referências sobre a Cartografia Histórica da Unicamp). 

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Publicado

2024-10-28

Como Citar

Vecchio, D. (2024). A revolução da “comunidade natural-espontânea” no conto “Coisas” de José Saramago. Nau Literária, 20(01), e–140474. https://doi.org/10.22456/1981-4526.140474

Edição

Seção

Dossiê: a literatura e os fins do capitalismo