O último ancestral na encruzilhada
uma proposta de leitura do afrofuturismo brasileiro
DOI:
https://doi.org/10.22456/1981-4526.139350Resumo
O presente artigo traz uma proposta de leitura da obra do escritor brasileiro, Ale Santos, O último ancestral (2023) à luz da Pedagogia das encruzilhadas (2019), de Luiz Rufino. O romance de Ale Santos, uma obra de ficção científica de destaque na produção literária afrofuturista brasileira, e a pedagogia alternativa proposta por Luiz Rufino, com foco nos viveres e na cultura afro-brasileira, encontram-se em pontos onde se articulam questões como segregação racial, saberes ancestrais e tecnologias digitais. Nossa contribuição, na encruzilhada de saberes da qual o afrofuturismo se mostra um caminho promissor, é propor uma abordagem que adote um amparo conceitual capaz de dialogar com o específico do delineamento brasileiro. Mais que um encontro de obras afins, nossa intenção é estabelecer seu “cruzo” e, com isso, elucidarmos as formas como O último ancestral, enquanto representante do afrofuturismo, ocupa seu lugar nos campos político, estético e ético que Luiz Rufino destaca em seu texto, com vistas a um reencantamento do mundo por meio da restituição de espaços, direitos e futuros aos povos afro-diaspóricos
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