O Brasil numa utopia feminista eugênica
DOI:
https://doi.org/10.22456/1981-4526.127912Palavras-chave:
Feminismo, Eugenia, Utopia, Escritora brasileiraResumo
Sua Excia. a Presidente da República do anno 2500, de Adalzira Bittencourt, publicado em 1929, conta como o triunfo do feminismo possibilitou o desenvolvimento da super-raça brasileira. O livro é um reflexo do período ao qual fez parte: o modernismo verde-amarelista e sua busca pela definição e reafirmação de uma identidade nacional. No caso de Bittencourt, os agentes dessa modernização eram as mulheres da elite intelectual brasileira, que reivindicaram e construíram seu espaço na política brasileira ambicionando transformar o Brasil na sociedade perfeita retratada na obra. Se por um lado a utopia de Bittencourt traz reivindicações e avanços trabalhistas, científicos e feministas ainda atuais, por outro é carregada de políticas eugenistas, sexistas e xenofóbicas que reafirmam o conservadorismo excludente de uma elite da época. Toda a obra encaixa-se bem nas reivindicações de nacionalismo, brasilidade, modernidade e feminismo da época; sempre, porém, baseado na superioridade eugênica. Bittencourt cria um universo utópico que viola indiscriminadamente os direitos humanos em prol da criação de uma sociedade física, moral, intelectual e racialmente perfeita.
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