Horror vacui insistente: neobarroco em O rei de Havana

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DOI:

https://doi.org/10.22456/1981-4526.125839

Palavras-chave:

Neobarroco, Artifícios, Literatura cubana

Resumo

Este artigo tem como objetivo principal identificar e analisar os artifícios neobarrocos no romance O Rei de Havana (2017), do cubano Pedro Juan Gutiérrez. O referencial teórico para a análise pretendida são os artifícios neobarrocos desenvolvidos pelo também cubano Severo Sarduy, quem aponta três mecanismos principais para a constituição do neobarroco latino-americano: a substituição, a proliferação e a dobragem-condensação, mas com certa importância também para a citação intertextual e a intratextual. Pedro Juan Gutiérrez, por formação jornalística, considera sua própria escrita como marcada por traços jornalísticos que de certa forma contrariam os de Sarduy, mas O Rei de Havana possui marcas que o inserem no grupo de romances neobarrocos da América Latina.

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Biografia do Autor

Samuel Anderson de Oliveira Lima, Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Mestre (2008) e doutor (2013) em Estudos da Linguagem pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Realizou estágio de pós-doutorado (2019) na Universidade Federal do Ceará, tendo parte da pesquisa realizada na Universidade de Buenos Aires. É Professor Associado da UFRN, onde ministra disciplinas na área de língua e literatura espanholas na graduação em Letras-Espanhol e na área de literatura comparada no Programa de Pós-graduação em Estudos da Linguagem. Tem experiência no ensino de línguas e literaturas brasileira e espanhola, com interesse nos seguintes temas: Barroco, Antropofagia, Melancolia, José de Anchieta, Gregório de Matos, Oswald de Andrade, Gonzalo de Berceo, Literatura Espanhola e Hispano-americana do século de ouro, Literatura brasileira, literatura espanhola medieval, poesia, teatro barroco. Foi Diretor do Instituto Ágora de outubro de 2014 a janeiro de 2019. É coordenador do Grupo de Pesquisa Ponte Literária Hispano-brasileira. Organizou a coletânea de textos "Colóquio Barroco" III (2012) e IV (2017), além dos livros "O eterno retorno do Barroco" (2014), "Saberes e sabores do Barroco" (2017), "Literatura Hispânica em pauta" (2018), "Tradição e contemporaneidade no barroco hispano-americano" (2020) e "Barroco americano: mapas para uma literatura crítica" (2022). É autor dos livros "Gregório de Matos: do Barroco à Antropofagia" (2016) e "Edifício de palavras: Gregório de Matos e seu corpus espanhol" (2017), ambos resultado de sua tese de doutoramento, publicados pela EDUFRN. Atualmente, é editor-chefe da Revista Odisseia.

Felipe França Ferreira, Universidade Federal do Rio Grande do Norte

Mestre em Literatura Comparada no Programa de Pós-graduação em Estudos da Linguagem (PPGEL/UFRN) na área de Poéticas da Modernidade e da Pós-Modernidade com ênfase nos estudos (neo)barrocos e suas associações com a obra de Gabriel García Márquez e outros autores latino-americanos; Licenciatura em Letras Espanhol pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte (Campus Natal Central) e professor da rede privada de ensino para os ensinos fundamental e médio. 

Referências

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Publicado

— Atualizado em 2023-04-04

Como Citar

Lima, S. A. de O., & Ferreira, F. F. (2023). Horror vacui insistente: neobarroco em O rei de Havana. Nau Literária, 18(03). https://doi.org/10.22456/1981-4526.125839

Edição

Seção

SEÇÃO LIVRE