Manoel de Barros: moderno, modernista, contemporâneo
DOI:
https://doi.org/10.22456/1981-4526.112413Palavras-chave:
Manuel de Barros, poesia lírica, modernismo, contemporâneo, moderno.Resumo
Neste artigo, discutimos a caracterização da obra de Manoel de Barros como moderna, modernista e/ou contemporânea. Para tanto, analisamos dois poemas desse autor, confrontando-os com alguns princípios identificadores da lírica moderna e contemporânea. Essa análise implica refletir sobre a materialização da categoria do tempo na criação lírica. Fundamentamos nossa reflexão em duas conceituações principais: a de contemporâneo proposta por Giorgio Agamben (2009) e a de moderno elaborada por Paul de Man (1999). Além disso, cotejamos algumas características da poesia barriana com os princípios expressos no “Manifesto da Poesia Pau-Brasil” e no “Manifesto antropófago”, dois textos centrais do modernismo brasileiro em que Oswald de Andrade concretiza algumas indicações que, posteriormente, seriam transformadas em linhas de força da produção de Barros.
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