Autoria e resistência negra na ditadura civil-militar no Brasil

Autores

  • Ana Laura Horbach

DOI:

https://doi.org/10.22456/1981-4526.104956

Palavras-chave:

ditadura civil-militar, movimento negro, literatura brasileira

Resumo

Este trabalho pretende evidenciar as ações culturais e literárias do povo negro ocorridas durante a década de 1970, em plena ditadura civil-militar, e os desdobramentos dos debates políticos sobre a questão racial no campo literário, principalmente no tangente à problemática da autoria negra na história da literatura brasileira, que passa a ser questionada e reivindicada naquele período. Apesar da vigência de mecanismos de censura, repressão e vigilância, a distensão política do governo Geisel (1974-1979) inaugurou um novo momento no regime que possibilitou a reorganização das forças políticas, sociais e culturais da população negra, anteriormente censuradas pelo AI-5 na década de 1960. A organização do Negro Unificado Contra a Discriminação Racial (MNU), a difusão dos bailes black nas periferias, a reorganização da imprensa negra, a publicação da primeira edição dos Cadernos Negros (1978) e a organização de tendências políticas de esquerda que tinham como pauta a centralidade da luta racial internacional, a exemplo da coluna Afro-Latino-América (1977-1979), são alguns exemplos da efervescência política e cultural da negritude que se assume como sujeito político e denuncia o racismo presente na sociedade brasileira.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Downloads

Publicado

2020-07-01

Como Citar

Horbach, A. L. (2020). Autoria e resistência negra na ditadura civil-militar no Brasil. Nau Literária, 16(1), 158–176. https://doi.org/10.22456/1981-4526.104956