O GUARANI “INCONSTANTE”, “INFANTIL” E “IMPREVIDENTE”

ARQUEOLOGIA DE UM ESTEREÓTIPO JESUÍTICO/COLONIAL

Autores

  • Paulo Rogério Melo de Oliveira UNIVALI

Resumo

O artigo investiga uma linhagem discursiva sobre os guaranis, matriz de estereótipos sociais, que os define como naturalmente infantis, inconstantes, dóceis e imprevidentes. Partindo de um texto de Alain Guillermou, escrito em 1973, que reafirma a suposta natureza inconstante dos guaranis, rastreamos esta construção discursiva, identificamos sua gênese entre os jesuítas do Paraguai colonial e percorremos suas manifestações do século XVII ao século XX. Como contraponto, apresentamos os registros dos cronistas espanhóis que mantiveram diversas modalidades de contatos com os indígenas da região na primeira metade do século XVI, antes da chegada da Companhia de Jesus. Nestes registros, diferentemente das narrativas jesuíticas, os guaranis são descritos como povos guerreiros e horticultores, graças aos quais os conquistadores sobreviveram à fome. Esta documentação nos oferece um rico caminho para a descolonização da imagem dos povos indígenas e para a desconstrução dos estereótipos.

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Biografia do Autor

Paulo Rogério Melo de Oliveira, UNIVALI

Doutor em História.

Professor de História da América, Teoria da História e Históriografia.

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Publicado

2025-01-07

Como Citar

MELO DE OLIVEIRA, P. R. O GUARANI “INCONSTANTE”, “INFANTIL” E “IMPREVIDENTE”: ARQUEOLOGIA DE UM ESTEREÓTIPO JESUÍTICO/COLONIAL. Espaço Ameríndio, Porto Alegre, v. 18, n. 3, p. 184–202, 2025. Disponível em: https://seer.ufrgs.br/index.php/EspacoAmerindio/article/view/140737. Acesso em: 27 abr. 2025.

Edição

Seção

ARTIGOS