Adoção de boas práticas agropecuárias em propriedades leiteiras da Região Sudeste do Brasil como um passo para a produção de leite seguro
DOI:
https://doi.org/10.22456/1679-9216.16834Keywords:
APPCC, Mastite, Qualidade do leite, Segurança alimentarAbstract
Bactérias patogênicas e resíduos de produtos químicos presentes no ambiente de produção podem contaminar o leite e causarem problemas tecnológicos e à saúde dos consumidores. Esforços para assegurar a qualidade e a segurança do leite e derivados devem ser iniciados na fazenda e para isso é necessária a adoção de boas práticas de produção, que são requisitos para o sistema APPCC (análise de perigos e pontos críticos de controle). O trabalho teve o objetivo de examinar e descrever o nível de adoção de boas práticas agropecuárias na produção de leite. Com ajuda de um questionário, entrevistas e registro fotográfico, foram avaliadas 48 propriedades leiteiras localizadas nos Estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro. Havia predominância de gado mestiço Holandês-Zebu (34/48; 71%), seguido por animais da raça Holandesa (19%), Jersey (8%) e Pardo-Suíça (2%). A média de produção de leite dos rebanhos era de 686 ± 403 kg/dia, e o número médio de vacas em lactação era 65 ± 42. Em duas propriedades as vacas em lactação eram mantidas em confinamento total (sistema “free stall”) e nas demais se adotava o sistema extensivo, a pasto. Os resultados obtidos indicam que grande parte das propriedades adotava as principais práticas consideradas necessárias para a produção de leite de qualidade. Contudo, foram identificados vários pontos que deveriam receber maior atenção para capacitar os produtores a adotarem um programa de boas práticas. Esses incluem: manejo das bezerras na fase de recria; armazenamento dos alimentos; realização de testes para o controle da tuberculose; monitoração e controle da mastite, incluindo a antissepsia de tetos e o tratamento da vaca seca; uso desnecessário de anti-helmínticos em vacas em lactação; uso indiscriminado de carrapaticidas em razão da não-adoção de um programa estratégico de controle de carrapatos; não-obediência ao período de carência para antibióticos usados na vaca em lactação; higienização inadequada dos equipamentos de ordenha e de estocagem do leite, assim como o dimensionamento inadequado destes últimos.
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