Perdas reprodutivas em ovinos no Rio Grande do Sul determinadas pelas condições nutricionais e de manejo no encarneiramento e na gestação
DOI:
https://doi.org/10.22456/1679-9216.17036Keywords:
Ovinos, Perdas reprodutivasAbstract
A mudança ocorrida no sistema de produção ovina no Rio Grande do Sul (RS) até recentemente dirigido a produção de lã, para um sistema de produção de cordeiros, fez com que a eficiência reprodutiva dos rebanhos tivesse um papel importante. A falta de dados sobre fatores que influenciam as perdas reprodutivas em ovinos no RS motivaram a realização de estudos nesse campo. Esta tese consta de quatro artigos que relatam estudos sobre causas de perdas reprodutivas em ovinos no RS e aponta sugestões para seu controle. No Artigo 1, são apresentados dados sobre o diagnóstico de gestação realizado por ultra-sonografia em 45 rebanhos ovinos durante seis períodos reprodutivos. Foram examinadas 27.089 ovelhas de rebanhos comerciais, acasaladas durante o outono. A porcentagem de prenhez (PP) variou de 77,3 a 89,9%, com uma PP média de 81,6%. Rebanhos de raças de carne (Hampshire Down, Suffolk e Texel) mostram em média a PP mais elevada que foi de 85,6%, seguidos de ovelhas cruzas, com PP de 82,9% e finalmente ovelhas de raças de lã (Merino Australiano, Corriedale e Ideal) com PP média de 80,8%. O Artigo 2 mostra a relação entre a condição corporal (CC) e a idade das ovelhas no encarneiramento com a percentagem de prenhez (PP). As PP e a CC médias observadas foram 90,4% e 2,84 (±0,57) respectivamente. A CC média das ovelhas prenhes (P) e vazias (V) foi: P 2,86 (±0,56) e V 2,64 (±0,59), tendo sido observada diferença significativa (p< 0,001). A PP por categoria de CC das ovelhas, no início do encarneiramento, mostrou que conforme aumenta a CC aumenta a PP, chegando aos valores de 92% e 98% no grupo de ovelhas com CC 3,0 e 4,0, respectivamente. Finalmente, a análise de regressão logística, mostrou não haver relação da idade da ovelha na taxa de prenhez, confirmando, entretanto, associação positiva entre prenhez e CC (p = 0,002). O Artigo 3 relata o efeito da esquila de ovelhas pré-parto no peso ao nascer e no ganho de peso dos cordeiros. Um grupo de ovelhas (n=32) foram esquiladas aos 74 dias de gestação e um outro grupo, com o mesmo número de animais, foi mantido não esquilado. Ao nascer, o peso dos cordeiros de ovelhas esquiladas (E) foi 0,71kg maior (p=0,0012) do que o dos cordeiros de ovelhas do grupo não esquilado (NE). Não houve diferença entre o ganho de peso dos cordeiros dos dois grupos medidos às 2 e 3 semanas de vida. A estimativa do modelo ajustado indica que os cordeiros de ovelhas do grupo E, ao nascer, terão 0,95 ±0,28kg a mais do que os cordeiros do grupo NE. A taxa de ganho de peso estimada até as 3 semanas de vida dos cordeiros foi de 0,26 ±0,01kg/dia, independentemente do grupo. Estimou-se ainda que, para cada grau de CC no final da gestação, ocorrerá um incremento de 0,78 ±0,21kg no peso dos cordeiros ao nascer. Finalmente, no Artigo 4, descreve-se a CC e os valores plasmáticos de Ca, Mg, Pi, proteína total, globulina, albumina, beta-hidroxibutirato (BHB), glicose, colesterol e uréia de ovelhas, criadas a campo no RS, durante a gestação e a lactação. A CC das ovelhas sofreu uma redução de 3,3 no início da gestação para 2,1 no final (p<0,05), sendo que em torno dos 30 dias da lactação a mesma chegou a 1,2. Os valores plasmáticos mínimo e máximo de Ca (7,40-8,04 mg/dl) e Pi (3,11-5,27mg/dl), mantiveram-se abaixo dos valores de referência para ovinos. Os valores da proteína total, globulina, albumina e uréia mantiveram-se dentro dos valores de referência para a espécie, embora apresentassem uma redução com o avanço da gestação e da lactação. Níveis críticos de glicose de 32,5 e 47,1mg/dl foram detectados no final da gestação e início da lactação, respectivamente, e coincidiram com os valores mais altos de BHB de 3,54 e 4,89mg/dl nos mesmos períodos, respectivamente. Os níveis de Mg, colesterol e uréia mantiveram-se dentro dos valores de referência para ovinos. Conclui-se que ovelhas criadas a campo no RS podem apresentar deficiências minerais (Ca e Pi) e energéticas que poderiam levar a uma limitação na expressão genética de seu potencial reprodutivo.
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