Sobre o mergulho na descoberta dos sons - A experiência de escrutínio dos dados sonoros através da sua inserção no Banco de Sons do BIEV
DOI:
https://doi.org/10.22456/1984-1191.9302Abstract
A proposta deste ensaio surge das reflexões que a análise de alguns cadastros de sons no Acervo Sonoro do Banco de Imagens e Efeitos Visuais (BIEV) suscitou. Antes de iniciar esta discussão sobre o acervo sonoro, é importante situar que o Banco de Imagens vem discutindo ao longo de seus dez anos de existência, questões relativas ao tratamento conceitual e metodológico das imagens produzidas nas diversas etnografias realizadas por seus pesquisadores, tendo em vista sua filiação aos estudos de memória coletiva e imaginário no contexto urbano contemporâneo. Uma das preocupações centrais deste grupo de pesquisa, neste caso, é justamente o caráter documental destas imagens e a necessidade de reflexão sobre as formas de acervamento dos dados imagéticos produzidos em campo, como uma forma de se colocar como guardião da memória dos diversos grupos e comunidades estudadas na cidade de Porto Alegre. Trata-se de uma preocupação epistemológica que visa não só “guardar” as imagens produzidas em campo, mas gerar possibilidades de circulação destas imagens, de múltiplas combinações entre fotografias, vídeos, sons e textos, que narrem histórias do cotidiano urbano e que possam ser acessadas pelos mais diversos públicos.
O Acervo de Imagens Sonoras no Biev parte da construção de um processo de pesquisa e produção de conhecimento antropológico através das imagens sonoras captadas em etnografias realizadas na cidade, seu cotidiano, a ritimicidade das formas de vida de seus habitantes, os itinerários urbanos e formas de sociabilidade que compõem a vida urbana. Este processo de pesquisa no qual o conhecimento do outro e de sua cultura se dá principalmente pelas formas de expressão sonora, temos batizado de etnografia sonora e, em artigo anterior (Rocha; Vedana; 2007) delineamos o campo de discussões antropológicas no qual se insere, bem como estabelecemos algumas distinções em relação à etnomusicologia, por exemplo. Assim, para o caso deste ensaio, trataremos com mais ênfase um possível desdobramento destas etnografias sonoras no interior do Biev que é justamente a organização do material de campo em coleções de imagens e seu acervamento em bases de dados que permitam a consulta e a recuperação destes dados sonoros de campo por diferentes sujeitos, através da pesquisa em seus campos de consulta.
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