Edições anteriores

  • 2024 - Especial - Encontro Estadual de Geógrafia
    v. 50 n. 2 (2023)

    A edição, que ora publicamos, traz em si algumas novidades aos leitores do BGG. De um lado, traz os atributos da nova diagramação; de outro, resgata características de publicações passadas. Trata-se assim de um número especial e diferente. Especial porque retoma uma tradição dos antigos boletins gaúchos de geografia, no qual os escritos eram elaborados pensando nos Encontro Estaduais de Geografia e, após o evento, eram aqui publicados. Essa edição possui esta característica, excetuando-se a resenha crítica, que é texto de outra natureza que dialoga com o contexto do local de publicação. Diferente porque resulta do XXXVI Encontro Estadual de Geografia, que originalmente estava programado para ocorrer em Tramandaí, mas precisou ser adiado por conta da ocorrência da pandemia de covid-19. Dois anos depois, em novembro de 2022, o encontro finalmente ocorreu, não foi em Tramandaí, mas em Imbé, também no litoral norte do Rio Grande do Sul. 

    O conjunto de 7 contribuições, por sua vez, expressa certo equilíbrio temático é composto por um ensaio, cinco artigos e uma resenha crítica, que fecha a edição escrutinando o livro de Mariana Barbosa de Souza, professora e pesquisadora autóctone de Capão de Canoa, que há tempos reflete sobre o modo como o mercado imobiliário tem se desenvolvido na região. Trata-se de importante contribuição para refletir sobre a região onde o evento ocorreu.

    O primeiro texto deste periódico é parte do espírito desta publicação, trata-se de um texto de homenagem ao Professor Álvaro Luiz Heidrich, escrito por Lucas Manassi Panitz, um de seus muitos orientandos e que atualmente é professor na Campus Litoral Norte da UFRGS. A homenagem foi lida em seção que homenageou outros geógrafos importantes, caros à história dos Encontros Estaduais de Geografia do Rio Grande do Sul.

    O primeiro artigo é assinado por Ribeiro, Barivieira e Silveira e eles analisaram as condições socioespaciais dos bairros Portelinha e Agual, em Tramandaí (RS), localidades mais periféricas dotadas de latentes vulnerabilidades sociais e graves deficiências de infraestrutura e que, ora, estão passando por um processo de regularização fundiária. Os autores, entre outras ações, mapearam os equipamentos públicos e refletiram sobre as dificuldades que os moradores têm para acessá-los.  A noção de direito à cidade, oriunda da obra de Henri Lefebvre, foi essencial à apreensão daquela realidade pelos autores.

    O artigo de Goulart versa sobre um importante produto iconográfico contemporâneo: os memes. Essas imagens compõem o ponto de partida para uma reflexão sobre como empregá-los como meios para tratar das questões do ensino de Geografia, ou mais precisamente como instrumentos didáticos, aplicados à educação em geral e, especialmente, à Geografia. Ao fazê-lo, o autor inova em termos de produto e de linguagem, pois o ensino de Geografia, mormente, é lembrado pelo uso de métodos mnemônicos durante boa parte da história desta disciplina. Pensar o meme como material didático é uma reflexão importante e atual, dada a profusão destas imagens na atualidade.

    Fontana et. al. também versam sobre didática e ensino de geografia, focando em  um tema que volta à agenda e de um produto audiovisual distinto e contemporâneo. De um lado, os autores focam numa temática essencial, especialmente, nesta quadra da história: a alimentação, tema que fora alvo da reflexão, por exemplo, de Josué de Castro, em seus clássicos “Geografia da Fome” e “Geopolítica da Fome” nos idos da primeira metade do século passado. A despeito disso, a questão continua atual, num mundo em que há, simultaneamente, a fartura da produção de alimentos e a prevalência dos ultraprocessados nas gôndolas; o desperdício de toneladas de alimentos e a ocorrência de contingentes populacionais famintos nos mais diversos países, inclusive no Brasil, que já teve um reconhecido programa de erradicação da fome. 

    Alimentação continua a ser importante foco de reflexão e ao utilizarem o podcast como um meio para a circulação dos debates iluminam e renovam a seara da produção de material didático. Podcasts estão cada vez mais populares e dada a sua linguagem eles têm o potencial de ampliar o alcance dos assuntos ali tratados.

    Carla Hirt faz um relato interessante de um projeto que envolve o tripé ensino, pesquisa e extensão. Projeto esse que não está vinculado à Universidade, mas num Instituto Federal, que, em princípio, é voltado ao Ensino Médio. Ao fazê-lo, a autora mostra como é desafiador e, ao mesmo tempo, potente fazer convergir estes três eixos. A reflexão tem como ponto de partida a análise do processo de urbanização em alguns municípios do Vale do Paraíba, no Estado do Rio de Janeiro, ressaltando como o racismo ambiental e as desigualdades de gênero mostram-se como conteúdos onipresentes ao processo de urbanização no Brasil. Salienta-se o modo e os agentes sociais envolvidos neste projeto.  

    Por fim, o texto de Pires é um exercício metodológico que resulta das reflexões de um aluno de graduação a respeito da importância do trabalho de campo como ferramenta para acessar uma realidade distante. O texto retrata um momento de elaboração, maturação e busca de ângulos distintos para compreender um lugar: a fronteira sul do Rio Grande do Sul, que é vista como espaço conturbado, marcado pela integração e a circulação cotidiana entre as cidades gaúchas e uruguaias; bem como espaço rural, em que a expansão agrícola contrapõe a resistência camponesa à lógica do latifúndio. Em suma, é um texto que reflete bem o espírito deste número, ser fiel ao conteúdo presente no momento do evento.

    Desejamos a todos(as) uma boa leitura!

    Everton de Moraes Kozenieski - Editor

    André Baldraia - Editor

    Coletivo de Publicações 2022/2024

  • 2024
    v. 50 n. 1 (2023)

    Inicialmente, é imperativo recordar que estamos atrasados em nossas publicações e empenhados em colocar o periódico em dia, para fazer jus à característica própria deste tipo de publicação.

    A edição, que ora publicamos, possui 7 artigos, resultados de pesquisas e estudos diversificados. Os artigos envolvem temáticas distintas, que vão desde questões relacionadas à biogeografia ao uso de SIG para analisar questões referentes ao modo de vida urbano; este último, aliás, é retratado em mais de um artigo. Tal qual nosso volume anterior, os textos aqui apresentados resultam de análises que rerpesentama realidade contemporânea e, embora o BGG seja uma publicação da Seção Porto Alegre da AGB, reafirmam a relevância nacional do periódico.

    O atual número do BGG é aberto com um artigo de Falcão sobre uma dimensão da crise urbana atual: a questão da moradia, ou, se preferirmos, da dificuldade que parte expressiva da população tem para acessar uma moradia digna. Ao analisar o caso da Espanha, a autora mostra como questões que se mostraram mais agudas na década passada ainda persistem na realidade de importantes cidades espanholas e cujas raízes não estão circunscritas àquele país, mas dizem respeito a todos os países capitalistas.

    O segundo artigo analisa a questão urbana em uma cidade média: Montes Claros, situada ao norte de Minas Gerais. A partir de uma pesquisa quali-quantitativas e tendo a variável renda como norteadora, as autoras constatam como a fragmentação do tecido urbano – uma faceta do processo de urbanização ali desenvolvido – reproduz em escala local alguns traços comuns àqueles que se verificam em outras metrópoles brasileiras, como a expansão do tecido urbano com diferentes tipologias de habitação e os problemas de mobilidade urbana.

    O terceiro e o quarto artigos versam sobre o litoral a partir enfoques muito diferentes: no primeiro, o foco é sobre o kitesurf potencializando o turismo local no Ceará; enquanto no segundo, analisa-se a atividade dos pescadores como componentes da paisagem litorânea no sul do Rio Grande do Sul.

    O estudo de Mesquita, Paula e Pinheiro analisa como a Praia do Cumbuco, em Caucaia (CE), teve seu espaço transformado pela atividade turística impulsionada pela prática do kitesurf. Uma das principais repercussões foi a mudança da economia local, que passou a incorporar a população local ao circuito econômico que ali se instalara, em detrimento das atividades tradicionalmente realizadas no local.

    No sul do país, Godoy e Costamilan vislumbram utilizar a paisagem cultural, instrumento de preservação do patrimônio cultural, reconhecido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Arquitetônico Nacional (IPHAN) como mecanismo para pleitear o reconhecimento dos patrimônios culturais das comunidades de pescadores artesanais no litoral do Rio Grande do Sul. Ao enfocarem o trabalho das comunidades de pescadores artesanais, os autores ressaltam o conhecimento e a relação dos pescadores com os corpos hídricos nos territórios, sejam em áreas urbanas ou rurais, o que resultado em quadros únicos dignos de reconhecimento e, na ótica dos autores, elegíveis tanto para a realização de política públicas como para comporem os planos de gestão dos espaços costeiros nacionais.

    O quinto artigo tem como objetivo analisar um fato contramajoritário: a permanência de população jovem em áreas rurais, mesmo quando se verifica a expansão da população urbana. Foram identificadas diversas causas que levam à migração e consequente êxodo rural. A pesquisa demonstra que a identificação com as atividades realizadas no campo leva esse contingente populacional a buscar qualificação educacional formal, especialmente em cursos voltados às ciências agrárias, para se fixarem novamente no meio rural.

    O sexto artigo tem como objeto de estudos o uso de Sistemas de Informações Geográficas (SIG) como ferramentas capazes de auxiliar a apreciação dos acidentes de trânsito envolvendo veículos pesados nas rodovias federais no Estado do Rio de Janeiro. O estudo aponta os métodos utilizados na contagem de acidentes e examinam as diferentes metodologias e abordagens que podem ser empregadas para análises desta natureza. Posteriormente, informam os parâmetros escolhidos e utilizados no estudo e concluem que, dada a sua estrutura, o modelo pode  ser replicado e empregado em outros locais.

    Por fim, o artigo de Dambrowsky e Marenzi, tal qual Godoy e Costamilan, buscam em instrumental internacional - neste caso a Convenção da Diversidade Biológica - os meios capazes de apoiar o poder público na elaboração de um modelo que subsidie a tomada de decisão sobre a instituição de unidades de conservação. A partir da análise da experiência realizada na Bacia do Itajaí, em Santa Catarina, as autoras concluem que os modelos de nicho ecológico são positivos, pois permitem identificar espécies e identificar contextos espaciais que possam ser objetos de ações de planejamento voltados à criação de Unidades de Conservação.

     

    Desejamos a todos(as) uma boa leitura!

    Coletivo de Publicações

    Everton de Moraes Kozenieski - Editor

    André Baldraia - Editor

    Coletivo de Publicações 2022/2024

     

  • (2024)
    v. 49 n. 2 (2022)

  • (2024)
    v. 49 n. 1 (2022)

    Boletim Gaúcho de Geografia, Número 49, Volume 1, ano 2022 publicado em 2024.

  • (2022)
    v. 48 n. 1/2 (2021)

  • Boletim Gaúcho de Geografia
    v. 39 n. 1-2 (2012)

    Boletim Gaúcho de Geografia
  • Boletim Gaúcho de Geografia
    v. 38 n. 1-2 (2011)

  • Boletim Gaúcho de Geografia
    v. 37 n. 1 (2010)

    Na versão impressa, números 36 e 37
  • Boletim Gaúcho de Geografia
    v. 35 n. 1 (2009)

    Na versão impressa, número 35
  • Boletim Gaúcho de Geografia
    v. 34 n. 1 (2009)

    Na versão impressa, número 34
  • Boletim Gaúcho de Geografia
    v. 33 n. 1 (2007)

    Na versão impressa, número 33
  • Boletim Gaúcho de Geografia
    v. 32 n. 1 (2007)

    Na versão impressa, número 32
  • Boletim Gaúcho de Geografia
    v. 31 n. 1 (2006)

    Na versão impressa, número 31
  • Boletim Gaúcho de Geografia
    v. 30 n. 1 (2006)

    Na versão impressa, número 30
  • Boletim Gaúcho de Geografia
    v. 29 n. 1 (2003)

    Na versão impressa, volume 29, número 1
  • Boletim Gaúcho de Geografia
    v. 28 n. 2 (2002)

    Na versão impressa, volume 28, número 2
  • Boletim Gaúcho de Geografia
    v. 28 n. 1 (2002)

    Na versão impressa, volume 28, número 1
  • Boletim Gaúcho de Geografia
    v. 27 n. 1 (2001)

    Na versão impressa, número 27
  • Boletim Gaúcho de Geografia
    v. 26 n. 1 (2000)

    Na versão impressa, número 26
  • Boletim Gaúcho de Geografia
    v. 25 n. 1 (1999)

    Na versão impressa, número 25
  • Boletim Gaúcho de Geografia
    v. 24 n. 1 (1998)

    Na versão impressa, número 24
  • Boletim Gaúcho de Geografia
    v. 23 n. 1 (1998)

    Na versão impressa, número 23
  • Boletim Gaúcho de Geografia
    v. 22 n. 1 (1997)

    Na versão impressa, número 22
  • Boletim Gaúcho de Geografia
    v. 21 n. 1 (1996)

    Na versão impressa, número 21
  • Boletim Gaúcho de Geografia
    v. 20 n. 1 (1995)

    Na versão impressa, número 20
  • Boletim Gaúcho de Geografia
    v. 19 n. 1 (1992)

    Na versão impressa, número 19
  • Boletim Gaúcho de Geografia
    v. 18 n. 1 (1991)

    Na veresão impressa, número 18
  • Boletim Gaúcho de Geografia
    v. 17 n. 1 (1989)

    Na versão impressa, série geografia número 17
  • Boletim Gaúcho de Geografia
    v. 16 n. 1 (1988)

    Na versão impressa, série geografia número 16
  • Boletim Gaúcho de Geografia
    v. 15 n. 1 (1987)

    Na versão impressa, série geografia número 15
  • Boletim Gaúcho de Geografia
    v. 14 n. 1 (1986)

    Na versão impressa, série geografia número 14
  • Boletim Gaúcho de Geografia
    v. 13 n. 1 (1985)

    Na versão impressa, série geografia número 13
  • Boletim Gaúcho de Geografia
    v. 12 n. 1 (1984)

    Na versão impressa, número 12
  • Boletim Gaúcho de Geografia
    v. 10 n. 1 (1983)

    Na versão impressa, número 10 e 11
  • Boletim Gaúcho de Geografia
    v. 9 n. 1 (1981)

    Na versão impressa, número 9
  • Boletim Gaúcho de Geografia
    v. 8 n. 1 (1980)

    Série geografia número 8, 1980
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