O historiador, o santo, o feiticeiro e o tempo: notas sobre um diálogo “impróprio”

Autores

  • Paulo Rogério Melo de Oliveira UNIVALI

DOI:

https://doi.org/10.22456/1983-201X.99499

Palavras-chave:

Ñezú, Roque González, tempo, passado, presente.

Resumo

Tomando como mote a rebelião indígena liderada pelo cacique/pajé Ñezú, que resultou na morte do missionário Roque González, em 1628, na redução de Caaró, na Província Jesuítica do Uruguai, no atual noroeste do Rio Grande do Sul, o artigo traz algumas reflexões sobre o tempo, sobre as relações entre passado, presente e futuro, e propõe alguns questionamentos sobre as estratégias dos historiadores de retorno ao passado. Ocupamo-nos, também, sob o mesmo mote, da dimensão ética do trabalho do historiador e do cuidado em relação ao outro do passado.

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Biografia do Autor

Paulo Rogério Melo de Oliveira, UNIVALI

Doutor em História.

Professor do Pograma de Mestrado em Gestão de Políticas Públicas e do Programa de Pós Graduação em Educação, e dos cursos de história e Relações Internacionais da UNIVALI, onde leciona as cadeiras de Teoria da História e Política Externa Brasileira.

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Publicado

2020-10-14

Como Citar

Melo de Oliveira, P. R. (2020). O historiador, o santo, o feiticeiro e o tempo: notas sobre um diálogo “impróprio”. Anos 90, 27, 1–15. https://doi.org/10.22456/1983-201X.99499

Edição

Seção

Artigos: A historiografia sobre as Missões Jesuíticas: a escrita e o tempo