Nelson Werneck Sodré: censura, repressão e resistência

Autores

  • Lucileide Costa Cardoso UFBA - Universidade Federal da Bahia

DOI:

https://doi.org/10.22456/1983-201X.28620

Palavras-chave:

Nelson Werneck, Sodré, Censura, Repressão, Resistência

Resumo

O presente texto recupera a trajetória política do historiador Nelson Werneck Sodré durante os anos de vigência da ditadura militar no Brasil. Analisa os Dossiês preparados pelo DOPS paulista e os Processos na Justiça Militar (Projeto BNM). Ao confrontar a ditadura, Sodré vivenciou a sua maneira, as agruras impostas pela política de segurança nacional aos considerados “inimigos internos” da Nação. Respondeu a longos interrogatórios no DOPS, ficou preso durante dois meses e teve alguns de seus livros proibidos, além de não poder conceder entrevistas a jornais e revistas. A repressão atingiu não apenas os quadros militantes do PCB e os seus teóricos mais expressivos, mas também os familiares, amigos e simpatizantes do historiador, que sofreram com a institucionalização da tortura no país. Nesse sentido, pensar o papel do Nelson Werneck Sodré na luta contra a ditadura militar é compreender questões mais amplas sobre a inserção da esquerda nos meios intelectuais e nas bases da sociedade.

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Biografia do Autor

Lucileide Costa Cardoso, UFBA - Universidade Federal da Bahia

Doutora em História e Professora do Departamento e do Programa de Pós-graduação em História da UFBA. Líder do grupo de pesquisa Cultura, Memória e Política Contemporânea no CNPq. Integrante do Projeto de Pesquisa: "Estado e memória: políticas públicas da memória da ditadura portuguesa (1974-2009)". Universidade do Porto, Fundação para Ciência e Tecnologia, (PTDC/HIS-HIS/121001/2010).

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Publicado

2012-09-25

Como Citar

Cardoso, L. C. (2012). Nelson Werneck Sodré: censura, repressão e resistência. Anos 90, 20(37), 237–267. https://doi.org/10.22456/1983-201X.28620