ST 16. Teorias da história e usos do passado
Resumo
As reflexões contemporâneas sobre o fazer historiográfico e o estatuto da disciplina têm apontado para um conjunto de tensionamentos advindos de variados espaços, das críticas internas, e externas, de suas premissas fundacionais e fronteiras disciplinares até iniciativas nocivas de completa deslegitimação do campo. Entre estes últimos, estão os discursos negacionistas e apologéticos sobre períodos autoritários, fortalecidos nos últimos anos no Brasil e ao redor do mundo; e, ataques anti-democráticos à legitimidade do saber histórico produzido em instituições de ensino e pesquisa pelos profissionais da história. Em posições ético-políticas radicalmente opostas, há várias décadas discursos de memória são enunciados na esfera pública por parte de coletivos subalternos, reivindicando a centralidade das noções de raça e gênero para a compreensão da história nacional e das relações de poder. Como sabemos, tais demandas sociais manifestaram-se também nos espaços acadêmicos por meio de perspectivas epistemológicas, teórico metodológicas pós-coloniais, decoloniais, feministas, e assim por diante, deslocando a universalidade da matriz eurocêntrica do moderno conceito de história. Em suma, as últimas décadas foram marcadas por disputas políticas e sociais relacionadas à expansão de espaços de produção de narrativas e representações – democráticas e anti-democráticas – do passado. Essa conjuntura têm suscitado reflexões e debates historiográficos sobre as condições de legitimação do estatuto disciplinar e profissional da história, bem como sobre a função social dos historiadorxs no mundo contemporâneo. Em vista disso, esse simpósio temático busca reunir trabalhos com base em estudos empíricos de usos políticos do passado na esfera pública (memórias, esquecimentos, patrimônios, comemorações, temas sensíveis, discursos, negacionismos, revisionismos, passado prático, políticas de tempo, culturas de passado, regimes de historicidade etc.), assim como reflexões e propostas de problematização e comunicação da produção do conhecimento histórico em suas distintas dimensões teórico-metodológicas, epistemológicas e historiográficas (indisciplinarização da história, história pública, história digital, pós humanismo, antropoceno, problemas da colonialidade, epistemologias do sul, profissão e mercado de trabalho, etc.).
Coordenadores:
Lúcio Geller Junior (Mestrando em História – PPGH-UFRGS)
Pedro Henrique Batistella (Mestrando em História – PPGH-UFRGS)
Vicente da Silveira Detoni (Doutorando em História – PPGH-UFRGS)
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