A REPRESENTAÇÃO EXPERIENCIAL DA JOVEM NO CONTO “THE YOUNG GIRL” DE MANSFIELD E EM SUA TRADUÇÃO PARA O PORTUGUÊS DO BRASIL
Palavras-chave:
Abordagens discursivas aos Estudos da Tradução, Componente experiencial da metafunção ideacional, Participantes, Linguística Sistêmico-Funcional, Katherine MansfieldResumo
Este artigo busca analisar a representação da protagonista como Participante em Processos (HALLIDAY; MATTHIESSEN, 2014) do conto “The Young Girl” (MANSFIELD, 2001) e em sua tradução para o português brasileiro, visando a uma contribuição às abordagens discursivas da tradução e aos estudos em Linguística Sistêmico-Funcional aplicada à língua portuguesa. Participantes são um componente do viés experiencial da metafunção ideacional, vinculados a Processos e Circunstâncias. Sua análise (RODRIGUES-JÚNIOR, 2006b) pode contribuir para a compreensão de papéis e identidades em uma narrativa. Utilizamos o modelo CROSF-15 (FEITOSA, 2006) para anotar o corpus, usando etiquetas que representassem os Participantes de cada Processo: Material, Mental, Relacional, Verbal, Comportamental e Existencial. Anotamos também as menções diretas e indiretas à personagem, usando as marcações <dir> e <indir>. Constatamos que a protagonista do conto ocorre mais como Participante de Processos Materiais, Mentais e Comportamentais. Os resultados revelam características da escrita de Mansfield: seu enfoque no mundo interno da personagem e o modo sutil como a caracteriza. Foram encontradas poucas mudanças tradutórias, porém as mais substanciais são pertinentes a Ator, o Participante mais recorrente, e Comportamento, Participante com mais ocorrências de menções indiretas à personagem. A maioria dessas menções está omitida no TA, pois não houve a tradução do pronome possessivo estabelecendo o vínculo entre a personagem e sua menção indireta. Os resultados também apontam para uma caracterização pouco mais sutil da personagem no TF do que no TA. Ao final da pesquisa, pudemos constatar a tendência da língua portuguesa à não explicitação de relações possessivas, bem como o caráter fluido da LSF, devido à ocorrência de certos Participantes exercendo função de outros e à pouca frequência de Processos Relacionais, considerados prototípicos (HALLIDAY; MATTHIESSEN, 2014).
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