Para além da infância e da inocência: as adaptações fílmicas de The children’s hour, de Lillian Hellman

Autores

  • Fernanda Borges

Resumo

Este trabalho tem como objetivo refletir sobre como se deu a transposição para o cinema da peça The children’s hour, publicada por Lillian Hellman em 1934. A escritora destaca-se na dramaturgia norte-americana por apresentar já na década de 1930 discussões, infelizmente, ainda presentes no contexto contemporâneo: a intolerância e o preconceito. O texto foi adaptado duas vezes para as telas pelo diretor William Wyler: a primeira em 1936, com o título de These Three, e a segunda em 1961, contando com o título original da peça. A primeira adaptação da obra de Lillian Hellman para o cinema é um típico filme hollywoodiano dos anos 30, com atores carismáticos e happy end. Devido às exigências da época e à consequente modificação de um dos temas de The children’s hour (a homossexualidade feminina) outras várias adições foram realizadas na transposição da peça. Essa adaptação teve o roteiro escrito por Hellman, que não participou do segundo filme, o qual manteve a polêmica discussão, suprimida na filmagem anterior. As duas versões cinematográficas realizadas por Wyler têm similaridades entre si; portanto este trabalho também possui três níveis comparativos, pois é possível estabelecer relações entre a peça e suas duas adaptações fílmicas, bem como entre os filmes do diretor. Desse modo, além de questões teóricas pertinentes quanto às adaptações, pretende-se discutir como os diálogos propiciados por The children’s hour demonstram os árduos caminhos pelos quais Lillian Hellman teve de passar: por ser uma mulher escrevendo nos anos 1930, por escrever uma peça que critica moralismos, por buscar um novo papel para o teatro e a arte.

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Publicado

2013-12-27

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Artigos