“Como se Deus não existisse”: da secularização ao pluralismo na sociologia da religião de Peter Berger
DOI:
https://doi.org/10.1590/15174522-02105032Palavras-chave:
Peter Berger, religião, modernidade, secularização, pluralismoResumo
Neste livro, Peter Berger relata como sua perspectiva quanto à relação entre modernidade e religião se transformou, ao longo das últimas décadas, à luz de desenvolvimentos sócio-históricos transcorridos ao redor do mundo. Tal mudança de perspectiva o levou a substituir sua anterior teoria da secularização por uma teoria do pluralismo. Enquanto a primeira pressupunha que a modernidade provoca necessariamente um declínio da religião, tanto na ordem institucional como nas consciências individuais, a segunda sustenta que a transformação fundamental provocada pela modernização é uma adaptação multiforme da religião à pluralidade moderna de discursos, visões de mundo e esferas institucionais. Em vez de cenário de uma tendência ao desaparecimento da religião, a modernidade seria marcada pela coexistência entre o discurso secular e diferentes discursos religiosos, os quais se apresentam aos indivíduos como opções a serem escolhidas, não como pressupostos naturais e autoevidentes. Com base nas críticas ao texto de Berger feitas por outros três estudiosos da religião, cujos comentários estão inclusos no livro, a resenha também explora alguns dos aspectos mais problemáticos dos argumentos bergerianos. Dois destes aspectos recebem especial ênfase: o tratamento insuficiente que o sociólogo austríaco empresta à dimensão conflitual das “barganhas” político-culturais inerentes ao pluralismo; a tensão mal resolvida entre sua afirmação da vitalidade continuada da religião no mundo moderno, de um lado, e seu reconhecimento de que as crenças religiosas perderam seu estatuto de certezas autoevidentes, de outro.
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