REDE DE ATENÇÃO AOS JOVENS EM VULNERABILIDADE PARA ALÉM DA SAÚDE: ALGUMAS REFLEXÕES

Autores

DOI:

https://doi.org/10.54909/sp.v3i1.91923

Resumo

Este ensaio busca refletir sobre a dissonância da realidade da Rede de Atenção à saúde aos jovens em situação de drogadição e vulnerabilidade social no Brasil frente aos princípios legais da Atenção Integral na Saúde. Ao trazer para o debate elementos como legislação e resultados de pesquisas, é evidente a falta de uma rede que entenda e conflua para ter o jovem como protagonista, como sujeito no centro do debate e dos processos desta rede. Também reconhecemos a necessidade de compreender a saúde para além da doença, partindo da perceptiva dialógica de assumir a ideia de promoção da saúde como intrínseco para compreensão do direito à saúde e então articulá-lo à proposta de Atenção Integral. Conceber a completude das condições de vida destes sujeitos e o acesso às políticas públicas como elementos fundamentais nas condições de saúde desse e de outros grupos sociais é essencial. Este texto defende o Sistema Único de Saúde, seus princípios de integralidade, equidade e universalidade e também que a saúde é e deve ser um direito público garantido pelo Estado. Afirmamos que é determinante admitir as disputas que tencionam a atenção e cuidado em saúde e as políticas públicas e que tal contexto é presente e traz fortes efeitos no cotidiano das redes de atenção em saúde. Concluímos que o estudo sobre as demandas sociais e uma apropriação das conquistas deva ser aproximada das realidades das vidas dos sujeitos e seus cotidianos, enquanto ações de Estado e políticas públicas, na busca de redes de atenção e cuidado em saúde promotoras de cidadania.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Valter Fernando Farias Lemos Junior, Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)

Graduado em Pedagogia pela UFRGS, Mestre no Programa de Pós-Graduação de Ensino na Saúde na Faculdade de Medicina da UFRGS, sua linha de pesquisa é na area das politicas publicas de juvetude e politicas publicas de saude para juventude em vulnerabilidade social. Atua como ativista de politicas publicas de juventude desde 2004 em entidades sociais e participando dos processos das Conferencias de Políticas Públicas de juventude.

Referências

ABRAMOVAY, M.; CASTRO, M. G. Ser jovem no Brasil hoje: políticas e perfis da juventude brasileira. Cadernos Adenauer XVI, Rio de Janeiro, n. 1, p. 13-25, 2015. Disponível em:

<http://bibjuventude.ibict.br/jspui/bitstream/192/175/1/ABRAMOVAY_serjovem_2015.pdf >. Acesso em: 06 jun. 2019.

ALVES, J. H. A. et al. Fatores envolvidos na adesão de estudantes adolescentes à estratégia saúde da família. Sanare, Sobral, v. 15, n. 2, p. 37-46, jun./dez. 2016.

ALVES, V. S.; LIMA, I. M. S. O. Atenção à saúde de usuários de álcool e outras drogas no Brasil: convergência entre a saúde pública e os direitos humanos. Rev. Dir. San., São Paulo, v. 13, n. 3, p. 9-32, 2013.

ARIÈS, P. História social da criança e da família. Rio de Janeiro: Guanabara, 1981.

BRASIL. Lei Federal nº 8.080 de 19 de setembro de 1990. Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF, 19 set. 1990.

BRASIL. Estatuto da juventude. Lei nº 12.852 de 05 de agosto de 2013. Dispõe sobre a remoção de órgãos, tecidos e partes do corpo humano para fins de transplante e tratamento e dá outras providências. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF, 5 ago. 2013.

BRASIL. Ministério da Saúde. Diretrizes Nacionais para a Atenção Integral à Saúde de Adolescentes e Jovens na Promoção, Proteção e Recuperação da Saúde. Brasília, 2010.

BRASIL. Secretaria de Governo. Secretaria Nacional de Juventude. Plano Nacional de Juventude: proposta de atualização da minuta do Projeto de Lei nº 4.530/2004. Brasília: SNJ, 2008. Disponível em:

<http://bibjuventude.ibict.br/jspui/bitstream/192/219/1/SNJ_atualiza%C3%A7%C3%A3o_plano_nacional_j uventude_2018.pdf>. Acesso em: 14 jun. 2019.

BRASIL. Secretaria Nacional de Juventude. II Conferência Nacional de Juventude: documento base. Brasília: SNJ, 2011. Disponível em:

<http://bibjuventude.ibict.br/jspui/bitstream/192/124/1/SNJ_CONF_2_documento_base_2011.pdf>. Acesso em: 14 jun. 2019.

CONSELHO NACIONAL DE JUVENTUDE (CONJUVE). I Conferência de Nacional de Juventude: documento base. São Paulo: Conselho Nacional de Juventude; Fundação Friedrich Ebert, 2008. Disponível em:

<http://bibjuventude.ibict.br/jspui/bitstream/192/198/1/SNJ_CONF_1_documentobase_2008.pdf>.

Acesso em: 14 jun. 2019.

FERREIRA, A. C. Z. Fatores que interferem na adesão ao tratamento de dependência química: percepção de profissionais de saúde. REME rev. min. enferm., Belo Horizonte, v. 19, n. 2, p. 157-164, abr./jun. 2015.

GRINSPUN, M. P. S. Z; GUIMARÃES, G. G. Revisitando as origens do termo juventude: a diversidade que caracteriza a identidade. GT-20: Psicologia da Educação, UERJ, 2008. Disponível em:

<http://www.anped.org.br/sites/default/files/gt20-4136-int_0.pdf>. Acesso em: 06 jun. 2019.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IGGE). Censo 2010. Disponível em:

<https://censo2010.ibge.gov.br/webservice/>. Acesso em: 06 jun. 2019.

PAIS, J. M. Jovens e cidadania. Sociologia, Problemas e Práticas, Lisboa, n. 49, p. 53-70, 2005.

SCADUTO, A. A; BARBIERI, V. O discurso sobre a adesão de adolescentes ao tratamento da dependência química em uma instituição de saúde pública. Ciência & Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 14, n. 2, p. 605- 614, 2009.

SOUZA, V. Juventude, solidariedade e voluntariado. Salvador: Fundação Odebrecht, 2004. 457 p.

SPOSITO, M. P. Juventude e Educação: interações entre a educação escolar e a educação não-formal.

Educação & Realidade, Porto Alegre, v. 33, n. 2, p. 83-98, jul./dez. 2008.

UNESCO. Políticas Públicas de/para/com Juventudes. Brasília: UNESCO, 2004.

VARELA, D. S. S. Rede de saúde no atendimento ao usuário de álcool, crack e outras drogas. Esc. Anna Nery Rev. Enferm., Rio de Janeiro, v. 20, n. 2, p. 296-302, 2016.

Downloads

Publicado

2019-08-15

Como Citar

LEMOS JUNIOR, V. F. F. REDE DE ATENÇÃO AOS JOVENS EM VULNERABILIDADE PARA ALÉM DA SAÚDE: ALGUMAS REFLEXÕES. Saberes Plurais Educação na Saúde, [S. l.], v. 3, n. 1, p. 35–47, 2019. DOI: 10.54909/sp.v3i1.91923. Disponível em: https://seer.ufrgs.br/index.php/saberesplurais/article/view/91923. Acesso em: 29 mar. 2024.

Edição

Seção

Ensaios e debates