CONCEPÇÕES DE SAÚDE DE ADOLESCENTES E PROFISSIONAIS DA ATENÇÃO BÁSICA

Autores

  • Gessiane Keila Ignatowicz Pasquali Universidade Regional de Blumenau (FURB)
  • Ana Cláudia Barbaresco Universidade Regional de Blumenau (FURB)
  • Ana Flávia Mariano Bailone Alvares Leite Universidade Regional de Blumenau (FURB)
  • Cláudia Regina Lima Duarte da Silva Universidade Regional de Blumenau (FURB)

DOI:

https://doi.org/10.54909/sp.v2i1.88891

Resumo

A adolescência, enquanto estágio de desenvolvimento humano tem sido conceituada como transição entre a infância e a fase adulta, sendo definida pela OMS como um período compreendido entre 10 e 19 anos (WHO, 2016). A saúde do adolescente constitui um desafio para os profissionais da saúde visto que, apesar do crescente interesse nas últimas décadas por esta população, a sociedade comumente exige do adolescente o cumprimento dos seus deveres como cidadão, mas não tem dado a devida atenção quanto aos direitos e às necessidades deste ciclo de vida (RUZANY, 2008). Entendendo as especificidades da adolescência e tomando como base as Diretrizes Nacionais para a Atenção Integral à Saúde de Adolescentes e Jovens do Ministério da Saúde (BRASIL, 2010), este trabalho tem por objetivo relatar o projeto de pesquisa que teve início em 2017 e está em andamento em um bairro do município de Blumenau/SC. O estudo envolve a aplicação de questionário sociodemográfico com os pais/responsáveis e a realização de grupos focais com os adolescentes da escola do bairro e entrevistas com profissionais de saúde da Estratégia Saúde da Família da mesma localidade. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética na Pesquisa em Seres Humanos com os números 2.558.376 e 2.216.628/2017. A finalidade é compreender as concepções de saúde expressas pelos adolescentes e pelos profissionais de saúde, ancorados em uma perspectiva holística e positiva da saúde (NORDENFELT, 2000), visando promover junto à comunidade reflexões e ações de saúde sobre a adolescência. Os resultados parciais indicam que os adolescentes conceituam saúde como qualidade de vida e bem-estar e que possuem informações sobre as condições para uma vida saudável, mas referem dificuldade para colocá-las em prática. Não ter saúde foi apresentado como processos físicos e mentais como doenças e histórias de perdas familiares que os impedem de realizar ações consideradas importantes para eles. Quanto aos profissionais de saúde, estes expressaram histórico de dificuldades em relação à sua própria adolescência e resistência no trabalho com o público deste ciclo de vida. Mesmo reconhecendo a importância do acolhimento ao adolescente e do trabalho diferenciado para este grupo, os profissionais declaram que ainda há escassa inserção do adolescente no planejamento de ações da atenção básica e que possuem dificuldade para atingir este público. Percebe-se que conhecer as condições sociodemográficas e as concepções de saúde dos adolescentes é essencial para o planejamento de ações de saúde que atendam as características daquela comunidade. Aliado a estas questões, a escuta dos profissionais e a análise de suas trajetórias de vida, pode possibilitar a construção de um ambiente sensível, acolhedor e promotor de saúde para os adolescentes. Outrossim, a perspectiva positiva de saúde pode contribuir para a construção de estratégias que estimulem o protagonismo juvenil e o bem-estar durante a adolescência, favorecendo uma vida adulta saudável.

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Biografia do Autor

Gessiane Keila Ignatowicz Pasquali, Universidade Regional de Blumenau (FURB)

Psicóloga, mestranda do Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva – Mestrado Profissional da Universidade Regional de Blumenau (FURB), Blumenau, Santa Catarina, Brasil.

Ana Cláudia Barbaresco, Universidade Regional de Blumenau (FURB)

Psicóloga, mestranda do Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva – Mestrado Profissional da Universidade Regional de Blumenau (FURB), Blumenau, Santa Catarina, Brasil.

Ana Flávia Mariano Bailone Alvares Leite, Universidade Regional de Blumenau (FURB)

Enfermeira, mestranda do Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva – Mestrado Profissional da Universidade Regional de Blumenau (FURB), Blumenau, Santa Catarina, Brasil.

Cláudia Regina Lima Duarte da Silva, Universidade Regional de Blumenau (FURB)

Professora titular da Universidade Regional de Blumenau (FURB). Professora do Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva – Mestrado Profissional da FURB, Blumenau, Santa Catarina, Brasil.

Referências

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Diretrizes Nacionais para a atenção integral à saúde de adolescentes e jovens na promoção, proteção e recuperação da saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2010.

NORDENFELT, L. Conversando sobre saúde: um diálogo filosófico. Florianópolis: Bernúncia, 2000.

RUZANY, M. H. Atenção à saúde do adolescente: mudança de paradigma. In: BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Saúde do Adolescente: competências e habilidades. Brasília: Ministério da Saúde, 2008.

WORLD HEALTH ORGANIZATION (WHO). Adolescents: health risks and solutions, 2016.

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Publicado

2018-12-15

Como Citar

PASQUALI, G. K. I.; BARBARESCO, A. C.; LEITE, A. F. M. B. A.; SILVA, C. R. L. D. da. CONCEPÇÕES DE SAÚDE DE ADOLESCENTES E PROFISSIONAIS DA ATENÇÃO BÁSICA. Saberes Plurais Educação na Saúde, [S. l.], v. 2, n. 1, p. 33–34, 2018. DOI: 10.54909/sp.v2i1.88891. Disponível em: https://seer.ufrgs.br/index.php/saberesplurais/article/view/88891. Acesso em: 29 mar. 2024.

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