A imaginação sociológica do Supremo? Amassamento e má-fé constitucional: os limites do STF na reforma política a partir e além da história perdida da Doutrina das Questões Políticas

Autores

  • Thiago Aguiar de Pádua Pesquisador do Centro Brasileiro de Estudos Constitucionais - CBEC (Brasília-DF). Doutorando do PPG/Direito UniCEUB (Brasília-DF).

DOI:

https://doi.org/10.22456/0104-6594.69460

Palavras-chave:

Imaginação Sociológica, Amassamento, Reforma Constitucional, Limites do Supremo, Questões Políticas, História do Direito, Direito Constitucional, Direito Público

Resumo

O presente artigo realiza uma abordagem a partir e além da imaginação sociológica sobre o Supremo Tribunal, buscando refletir sobre os conceitos de amassamento e limites da reforma política, dialogando sobre a história perdida da doutrina das questões políticas. Alega-se que o Tribunal não pode criar mecanismos do jogo democrático, pois ele é um representante, não da população, mas daqueles que elegeram seus membros. Neste sentido, a imaginação sociológica do Supremo como um Abridor de Latas, um Martelo, um Vibrador e uma Bicicleta: instrumentos de ação.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Thiago Aguiar de Pádua, Pesquisador do Centro Brasileiro de Estudos Constitucionais - CBEC (Brasília-DF). Doutorando do PPG/Direito UniCEUB (Brasília-DF).

Pesquisador do Centro Brasileiro de Estudos Constitucionais - CBEC (Brasília-DF). Doutorando do PPG/Direito UniCEUB (Brasília-DF). Professor da fraduação e da especialização em direito do UniCEUB (Brasília-DF).

Referências

Referências Bibliográficas

ARAÚJO, Antonio. A Construção da justiça constitucional portuguesa: o nascimento do Tribunal Constitucional. Análise Social, vol. XXX (134), 5º, 1995.

_____. Para a história da fiscalização da Constitucionalidade em Portugal: Comentário ao acórdão de 23 de julho de 1907 do Supremo Tribunal de Justiça. Revista Brasileira de Direito Constitucional, n. 2, 2003.

BARROSO, Luís Roberto. A razão sem voto: o Supremo Tribunal Federal e o governo da maioria. Revista Brasileira de Políticas Públicas, v. 5, n. especial: Ativismo Judicial, 2015.

BENVINDO, Juliano Zaiden; COSTA, Alexandre Araújo. A Quem Interessa o Controle Concentrado De Constitucionalidade? - O Descompasso entre Teoria e Prática na Defesa dos Direitos Fundamentais. Working Paper. Pesquisa financiada pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), 2014.

BOMFIM, Manoel. O Brasil na História: Deturpação das tradições. Degradação Política. Rio de Janeiro: Top Books, 2013.

BORK, Robert. The Supreme Court as a Modern Agent of Liberalism. In: Slouching Towards Gomorrah: Modern Liberalism and American Decline. New York: harper, 2003.

BROUILLETTE, John R.; TURNER, Ronny E. Creating the Sociological Imagination on the First Day of Class: The Social Construction of Deviance. Class Activity published in TRAILS: Teaching Resources and Innovations Library for Sociology. Originally published 2003 in Deviance and Social Control, edited by B. Hoffman and A. Demyan. Washington DC: American Sociological Association. (http://trails.asanet.org).

BRYAN, Amanda C. Principled Agents or Legal Rasputins? Influence, Ideology, and the Cert. Pool on the U. S. Supreme Court. Presented at the Annual Meeting of the Southern Political Science Association, 2012.

CHIRELSTEIN, Marvin A. Bork, Dworkin, and the Constitution, 17 Green Bag 2D 17, 2013.

DIXON, Rosalind. Para fomentar el diálogo sobre los derechos socioeconómicos: Uns nueva mirada acerca de las diferencias entre revisiones judiciales fuertes y débiles. In: GARGARELLA, Roberto (Org). Por una justicia dialógica: el poder judicial como promotor de la deliberación democrática. Buenos Aires: Siglo Veintiuno Editores, 2014.

DWORKIN, Ronald. Bork Nomination. The New York Review of Books, Vol. 34, n 13, 1987.

ELSTER, John. Tuercas y Tornillos: Una introducción a los conceptos básicos de las ciencias sociales. Barcelona: Gedisa, 1996.

FERRAJOLI, Luigi. Principia iuris: Teoria del derecho y de la democracia. 2 Teoría de la democracia. Madrid: Trotta, 2011.

FRIEDMAN, Barry. The Will of the people: how public opinion has influenced the Supreme Court and shaped the Constitution. New York: FSG, 2009.

_____. The Wages of Stealth Overruling, 99 Geo. L.J. 1, 1, 2010.

GALVÃO, Flávio. Sebastião de Lacerda, juiz do Supremo Tribunal Federal. Revista do Tribunal de Contas do Município de São Paulo, Nº 25, Ano VIII, Abril de 1979.

GINSBURG, Ruth. Transcript of Interview of U.S Supreme Court Associate Justice Ruth Bader Ginsburg. Interviwed by Professor Deborah Jones Merrit & Professor Wendy Webster Williams. Interview of Justice Ginsburg. Ohio State Law Journal, v. 70, 2009

GROVE, Tara Leigh. The Lost History of the Political Question Doctrine. New York University Law Rev. Vol. 90, 2015.

HACHEM, Daniel Wunder. Mandado de injunção e direitos fundamentais: uma construção à luz da transição do Estado Legislativo ao Estado Constitucional. Belo Horizonte: Fórum, 2012.

KAUFMAN, Peter. Michael Jordan Meets C. Wright Mills: Illustrating the Sociological Imagination With Objetcs from Everyday Life. Teaching Sociology, vol. 25, n. 4, 1997.

KELSEN, Hans. Jurisdição Constitucional. 2ª edição. São Paulo: Martins Fontes, 2007.

LACERDA, Carlos. A Casa do meu Avô. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1977.

LACERDA, Mauricio. Historia de uma covardia. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 1927.

_____. Entre Duas Revoluções. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 1927.

LACERDA, Rodrigo. A República das Abelhas. São Paulo: Companhia das Letras, 2013.

LAIN, Corinna Barret. Upside-Down Judicial Review. The Georgetown Law Journal, vol. 101, 2012.

LATOUR, Bruno. The Making of Law: Na Ethnography of the Conceil d’Etat. Trad. Mariana Brilman e Alain Pottage. Cambridge: Polity, 2010.

LEE, Youngjae. Law, Politics, and Impeachment: The Impeachment of Roh Moo-hyun from a Comparative Constitutional Perspective. The American Journal of Comparative Law, Vol. 53, 2005.

LIMA LOPES, José Reinaldo. O Supremo Tribunal de Justiça do Império (1828-1889). São Paulo: Saraiva, 2010

_____. O Oráculo de Delfos: O Conselho de Estado no Brasil Império. São Paulo: Saraiva, 2010

MADDEX, Robert L. Constitutions of the World. 3ª Ed. Washington, D. C.: CQPress, 2008.

MILLS, C. Wright. La Imaginacion Sociologica. Trad. Florentino M. Torner. México, Ed. Fondo de Cultura Económica, 1961.

_____. The Power Elite. Cambridge: Oxford University Press, 1999.

MENDONÇA, Eduardo. A Jurisdição Constitucional como Canal de Processamento do Autogoverno Democrático. Em: SARMENTO, Daniel (org). Jurisdição Constitucional e Política. Rio de Janeiro: Forense, 2015.

NASH, Jonathan Remy. A Functional Theory of Congressional Standing. Michigan Law Rev., vol. 114, Iss. 3, 2015.

NELSON, William E.; RISHIKOF, Harvey; MESSINGER, Scott; JO, Michael. The liberal tradition of the Supreme Court Clerkship: Its Rise, Fall and Reincarnation? Vanderbilt Law Review, vol. 62, 2009.

NEVES, Marcelo. Transconstitucionalismo. 1. ed. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2009.

NUNES, Jorge Amauri Maia. Segurança jurídica e súmula vinculante. São Paulo: Saraiva, 2010.

_____. Segurança Jurídica. Revista dos Estudantes de Direito da UnB, v. 6, 2007.

NUNES PEREIRA, Ruitemberg. A Circulação Global dos Precedentes: esboço de uma teoria das transposições jurisprudenciais em matéria de direitos humanos. 2014. 634f. Tese (Doutorado em Direito), Centro Universitário de Brasília – UniCEUB, 2014.

PÁDUA, Thiago Aguiar. A ADI 4650 e a Democracia Guardiana de Robert Dahl. Revista Brasileira de Políticas Públicas, 2015 (no prelo).

_____; GUEDES, Jefferson Carús. Algumas Reflexões sobre a limitações constitucionais e as linhas de força do Impedimento Presidencial: o Caso Sul-Coreano de 2004. Revista da AGU, 2015 (no prelo).

_____. Triangulo da Violência Argumentativa - Cortes Superiores, Supremas e Constitucionais: Decisão Monitorada em uma Democracia Monitória. Civil Procedure Review, Vol. 5, No. 2: 73-142, May-August, 2014.

PEPPERS, Todd C. O Leakers and legal briefers: the modern Supreme Court Law Clerk. Charleston Law Review, vol. VII, 2012.

_____; ZORN, Christopher. Law Clerk Influence on Supreme Court Decision Making: An Empirical Assessment. Depaul Law Review, vol. 58, 2008.

_____; GILES, Michael W.; TAINER-PARKINS, Bridget. Inside Judicial Chambers: How Federal District Court Judges Select and Use Their Law Clerks. Albany Law Review, vol. 71, 2008.

POSNER, Richard. No Thanks, We Already Have Our Own Laws: The Court Should Never View a Foreign Legal Decision as a Precedent In Any Way. Legal Affairs. Disponível em: <http://www.legalaffairs.org/issues/July-August-2004/feature_posner_julaug04.msp>, acesso em: 06.10.2015

POST, Robert. The Supreme Court, 2002 Term – Foreword: Fashioning the Legal Constitution: Culture, Courts, and Law. Harvard Law Rev., vol. 117, n. 4, 2003.

_____; SIEGEL, Reva. Roe Rage: Democratic Constitucionalism and Backlash. Harvard Civil Rights-Civil Liberties Law Review, vol. 42, 2007.

POZEN, David E. Constitutional Bad Faith. Harvard Law Rev., vol. 129, n. 4, feb. 2016 (forthcoming).

RE, Richard M. Narrowing Precedent in the Supreme Court. Columbia Law Review, vol. 114, 2014.

RODRIGUES, Leda Boechat. História do Supremo Tribunal Federal. Tomo I (1891-1898 – Defesa das Liberdades Civis). 2ª Ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1991.

ROUX, Theunis. Understanding Grootboom - A Response to Cass Sunstein. Forum Constitutionel, v. 12, n. 2, 2002.

SARTORI, Giovani. Constitutionalism: A Preliminary Discussion. The American Political Science Review, vol. 56, n. 4, 1962.

SEIDMAN, Louis Michael. The Secret Life of the Political Question Doctrine. The John Marshall Law Rev., vol. 37, 2004.

SILVA, Christine Oliveira Peter da. Transjusfundamentalidade - Diálogos transnacionais sobre direitos fundamentais. 1. ed. Curitiba: Editora CRV, 2014.

SILVA, José Afonso da. O Constitucionalismo Brasileiro: evolução institucional. São Paulo: Malheiros, 2011.

SUNSTEIN, Cass. Social and Economic Rights? Lessons from South Africa 11:4 Const. For, (2001).

TRIPATHI, P. Foreign precedents and constitutional law. Columbia Law Review, v. 57, n. 3, 1957.

VARELLA, Marcelo Dias. Internacionalização do Direito: direito internacional, globalização e complexidade. Brasília: UniCEUB, 2013

WAGNER, Francisco Sosa. Maestros alemanes del Derecho público. 2ª Ed. Madrid: Marcial Pons, 2005.

_____. Juristas y enseñanzas alemanas I (1945-1975): Con lecciones para la España actual. Madrid: Marcial Pons, 2013.

_____. Carl Schmitt y Ernst Forsthoff: Coincidencias y confidencias. Madrid: Marcial Pons, 2008.

WALDRON, J. Foreign Law and the Modern Ius Gentium, 119 Harvard. Law Review. 129, 2005.

WASBY, Stephen L.; SWANSON, Rick A. Good Stewards: Law Clerk Influence in State High Courts. The Justice System Journal, vol. 20, n. 1, 2008.

WIGMORE, John H. A Map of the World's Law. Geographical Review v. 19, No. 1, Jan., 1929.

YOO, John; DELAHUNTY, Robert J. Against Foreign Law. Harvard Journal of Law & Public Policy, Volume 29, Number 1, 2005.

ZAGREBELSKY, Gustavo. Principios y votos. El Tribunal Constitucional y la política. Madrid: Trotta, 2008

Publicado

2016-12-31

Como Citar

PÁDUA, T. A. de. A imaginação sociológica do Supremo? Amassamento e má-fé constitucional: os limites do STF na reforma política a partir e além da história perdida da Doutrina das Questões Políticas. Revista da Faculdade de Direito da UFRGS, Porto Alegre, v. 1, n. 35, 2016. DOI: 10.22456/0104-6594.69460. Disponível em: https://seer.ufrgs.br/index.php/revfacdir/article/view/69460. Acesso em: 29 mar. 2024.