Estado, políticas e gestão da educação: resistência ativa para uma agenda democrática com justiça social

Autores

DOI:

https://doi.org/10.21573/vol36n22020.103519

Palavras-chave:

Estado, Escola pública, Administração pública, Administração educacional

Resumo

Depois de uma breve revisitação sobre o conceito de Estado, a relação com a escola pública e as mudanças no conceito de cidadania, o autor faz uma incursão tangencial sobre a administração pública, para em seguida contextualizar a administração educacional enquanto campo específico de pesquisa e reflexão teórico-conceptual e política. Na parte final, são pontuadas algumas problemáticas que, do ponto de vista do autor, merecem uma atenção maior por parte dos pesquisadores em administração educacional e sociologia das organizações educativas. O artigo conclui retomando o apelo para que, também na educação, possa ser fortalecida uma resistência ativa para uma agenda democrática com justiça social.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Almerindo Janela Afonso, Universidade do Minho

Almerindo Janela Afonso, Sociólogo, Doutorado em Educação (Sociologia da Educação), professor do Departamento de Ciências Sociais da Educação e pesquisador do Centro de Investigação em Educação da Universidade do Minho (Portugal), coordenador da especialidade de sociologia da educação e política educativa do doutoramento em Ciências da Educação, ex-Presidente da Sociedade Portuguesa de Ciências da Educação.

 

Referências

AFONSO, Almerindo J. A(s) autonomia(s) da escola na encruzilhada entre o velho e o novo espaço público. Inovação, v. 12, n. 3, p. 121-137, 1999.

AFONSO, Almerindo J.; LUCIO-VILLEGAS, Emílio. Estado-nação, educação e cidadanias em transição. Revista Portuguesa de Educação, v. 20, n. 1, p. 77-98, 2007.

AFONSO, Almerindo J. Notas de abertura do XIII Congresso da SPCE. In: GOMES, Cristina A. et al (Eds.). Atas do XIII Congresso da Sociedade Portuguesa de Ciências da Educação: fronteiras, diálogos e transições em educação. Viseu: Escola Superior de Educação de Viseu, 2016. p. vi-vii.

ANDERSON, Benedict. Me gustan los elementos utópicos del nacionalismo. [Entrevista concedida a Lorenz Khazaleh]. Debats, v. 130, n. 1, p. 87-91, 2016.

APPLE, W. Michael. As tarefas do estudioso/ativista crítico em uma época de crise educacional. Revista Pedagógica, v. 1, n. 30, p. 29-66, 2013.

ARROYO, Miguel. Escolas militarizadas populares. Entrevista concedida a Ana Luiza Basilio. Carta Capital, 12 set. 2019. p. 1-8.

BARROSO, João. Descentralização e autonomia: devolver o sentido cívico e comunitário à escola pública. Revista Colóquio/Educação e Sociedade, n. 4, p. 32-58, 1998.

BARROSO, João. Os liceus: organização pedagógica e a administração dos liceus (1836-1960). 1993. Tese (Doutoramento) – Universidade de Lisboa, Lisboa, 1993.

BARROSO, João. A emergência do local e os novos modos de regulação das políticas educativas. Educação, Temas e Problemas, n. 12-13, p. 13-25, 2013.

BARROSO, João. Descentralização, territorialização e regulação sociocomunitária da educação. Revista de Administração e Emprego Público, n. 4, p. 7-29, 2018.

BIANCHI, Álvaro. O conceito de Estado em Max Weber. Lua Nova, n. 92, p. 79-104, 2014.

BOURDIEU, Pierre; PASSERON, Jean-Claude. La reproduction: éléments pour une théorie du système d’enseignement. Paris: Minuit, 1970.

BOURDIEU, Pierre. Sobre o Estado: cursos no Collège de France (1989-92). São Paulo: Companhia das Letras, 2014.

CARRIERI, Alexandre P.; CORREIA, Gabriel. Estudos organizacionais no Brasil: construindo acesso ou replicando exclusão? Revista de Administração de Empresas, v. 60, n. 1, p. 56-63, 2020.

CECCHETTI, Elcio; TEDESCO, Anderson. Educação Básica em “xeque”: homeschooling e fundamentalismo religioso em tempos de neoconservadorismo. Práxis Educativa, v. 15, e2014816, p. 1-17, 2020.

CHARLOT, Bernard. A questão antropológica na Educação quando o tempo da barbárie está de volta. Educar em Revista, v. 35, n. 73, p. 161-180, 2019.

COSTA, Jorge Adelino. Administração escolar: imagens organizacionais e projecto educativo de escola. 1995. Tese (Doutoramento) – Universidade de Aveiro, Aveiro, 1995.

DAVEL, Eduardo; ALCADIPANI, Rafael. Estudos críticos em administração: a produção científica brasileira nos anos 1990. Revista de Administração de Empresas, v. 43, n. 4, p. 72-85, 2003.

DENHARDT, Janet V.; DENHARDT, Robert B. The new public service revisited. Public Administration Review, v. 75, n. 5, p. 664-672, 2015.

FARIA, José H. Teoria crítica em estudos organizacionais no Brasil: o estado da arte. Cadernos EBAPE.BR., v. 7, n. 3, p. 509-515, 2009.

FERGUSON, Kathy E. On bringing more theory, more voices and more politics to the study of organization. Organization, v. 1, n. 1, p. 81-99, 1994.

FERNANDES, A. Sousa. A centralização burocrática no ensino secundário: evolução do sistema educativo português durante os períodos liberal e republicano (1836-1926). 1992. Tese (Doutoramento) – Universidade do Minho, Braga, 1992.

FERNÁNDEZ ENGUITA, Mariano. Centros, redes, proyectos. In:

FERNÁNDEZ ENGUITA, Mariano; TERRÉN, Eduardo (org.). Repensando la organización escolar: crisis de legitimidade y nuevos desarrollos. Madrid: Akal, 2008. p. 23-39.

FERNÁNDEZ ENGUITA, Mariano. El aprendizaje difuso y el declive de la instituición escolar. RASE: Revista de la Asociación de Sociología de la Educación, v. 6, n. 2, 150-167, 2013.

FORMOSINHO, João. Educating for Passivity. A study of portuguese education (1926-1968). 1987. Tese (Doutoramento) – Universidade de Londres, Londres, 1987.

FRASER, Nancy. Escalas de justicia. Barcelona: Herder, 2008.

GIL, José. A pandemia e o capitalismo numérico. Público, ano XXXI, n. 10.946, pp. 10-11, 13 abr. 2020.

GIROUX, Henry. Terrorismo pedagógico y esperanza en tiempos de políticas fascistas. El Viejo Topo, n. 382, p. 64-72, 2019.

LAVAL, Christian. La escuela no es una empresa. Barcelona: Paidós, 2004.

LEHER, Roberto. Apontamentos para análise da correlação de forças na educação brasileira: em prol da frente democrática. Educação & Sociedade, v. 40, e0219831, p.1-18, 2019.

LEVITSKY, Steven; ZIBLATT, Daniel. Como morrem as democracias. Amadora: Vogais, 2018.

LIMA, Jorge Ávila. Redes na educação: questões políticas e conceptuais. Revista Portuguesa de Educação, v. 20, n. 2, p. 151-181, 2007.

LIMA, Licínio C. A Escola como organização e a participação na organização escolar: um estudo da escola secundária em Portugal (1974-1988). 1991 Tese (Doutoramento) – Universidade do Minho, Braga, 1991.

LIMA, Licínio C. Construindo um objecto: para uma análise crítica da investigação portuguesa sobre a escola. In: BARROSO, João (org.). O estudo da escola. Porto: Porto Editora, 1996. p. 14-39.

LIMA, Licínio C. Escolarizando para uma educação crítica: a reinvenção das escolas como organizações democráticas. In: TEODORO, António; TORRES, Carlos A. (org.). Educação crítica e utopia: perspectivas para o século XXI. Porto: Afrontamento, 2005. p. 19-31.

LIMA, Licínio C. A escola como organização educativa. São Paulo: Cortez, 2008.

LIMA, Licínio C. Administração escolar (verbete). In: OLIVEIRA, Dalila A. et al (org.). Dicionário: trabalho, profissão e condição docente. Belo Horizonte: UFMG/Faculdade de Educação, 2010. Disponível em: https://gestrado.net.br/pdf/355.pdf. Acesso em: 5 abr. 2020.

LIMA, Licínio C. Elementos de hiperburocratização da administração educacional. In: LUCENA, Carlos; SILVA JÚNIOR, João dos Reis (org.). Trabalho e educação no século XXI: experiências internacionais São Paulo: Xamã, 2012. p. 129-158.

LIMA, Licínio C. Organização escolar e democracia radical: Paulo Freire e a governação democrática da escola pública. 5. ed. São Paulo: Cortez, 2013.

LIMA, Licínio C. O Programa “Aproximar Educação”, os municípios e as escolas: descentralização democrática ou desconcentração administrativa? Questões Atuais de Direito Local, n. 5, p. 7-24, 2015.

LINS RIBEIRO, Gustavo. El precio de la palabra: la hegemonia del capitalismo electrónico-informático y el googleísmo. Desacatos-Revista de Ciencias Sociales, n. 56, p. 16-33, 2018.

MAGALHÃES, José. Um olhar português sobre o Relatório Gore. In: AL GORE (Coord.). Reinventar a Administração pública. Lisboa: Quetzal, 1994. p. 9-24.

MELEGH, Attila. Momentos de hegemonia: raízes históricas do capitalismo autoritário e a política educacional – o caso da Hungria. Lutas Sociais, v. 23, n. 42, p. 9-22, 2019.

MOTTA, Paulo R. M. O estado da arte da gestão pública. Revista de Administração de Empresas, v. 53, n. 1, p. 82-90, 2013.

NEIBURG, Federico. La politización de la pandemia, los féretros vacíos y el abismo brasileño. Nueva Sociedad, maio, p. 1-9, 2020.

NÓVOA, António. O espaço público de educação: imagens, narrativas e dilemas. In: NÓVOA, António (org.). Espaços de Educação, Tempos de Formação. Lisboa: FCG, 2002. p. 237-263.

NÓVOA, António. Educação 2021: para uma história do futuro. Educação, Sociedade & Culturas, n. 41, p. 171-185, 2014.

OLIVEIRA, Inês B.; SÜSSEKIND, Maria Luiza. Tsunami conservador e resistência: a CONAPE em defesa da educação pública. Educação & Realidade, v. 44, n. 3, e84868, p.1-22, 2019.

PICOLI, Bruno A. Homeschooling e os irrenunciáveis perigos da educação: reflexões sobre as possibilidades de educação sem escola no mundo plural a partir de Arendt, Biesta e Savater. Práxis Educativa, v. 15, e2014535, p. 1-22, 2020.

POLLITT, Christopher. Envisioning public administration as a scholarly field in 2020. Public Administration Review, Special issue, p. 292-294, 2010.

RAFFEL, Jeffrey A. Why public administration ignored public education, and does it matter? Public Administration Review, v. 67, n. 1, p. 135-151, 2007.

RUTGERS, Mark. Can the study of public administration do without a concept of the State?”. Administration & Society, v. 26, n. 3, p. 395-412, 1994.

SALAS, Miguel. El vírus no puede atropelar derechos y libertades. Sin Permiso, p. 1-5. Disponível em: https://www.sinpermiso.info/textos/el-virus-no-puede-atropellar-derechos-ylibertades. Acesso em: 5 abr. 2020.

SAMPAIO, Plínio A. Ascenso da “nova direita” na América Latina: o caso brasileiro. In: ÁLVAREZ, Jairo Estrada; MARTÍN, Carolina Jiménez; PUELLO-SOCARRÁS, José Francisco (eds.). Contra Nuestra América: estrategias de la derecha en el siglo XXI. Buenos Aires: Clacso, 2020. p. 259-282.

SASSEN, Saskia. Incompletud y la posibilidad de hacer ¿Hacia una ciudadanía desnacionalizada? Revista Mexicana de Ciencias Políticas y Sociales, ano LXI, n. 226, p. 1017-140, 2016.

SOUSA, Sofia B.; DOROFTEI, Alexandra O.; ARAÚJO, Helena C. Networks in Education: an analysis of selected discourses. Interchange, n. 44, p. 311-331, 2013.

SPICER, Michael W. Public administration and the state: a postmodern perspective. Tuscaloosa: University of Alabama Press, 2001.

TEDESCO, Juan Carlos. Os fenômenos de segregação e exclusão social na sociedade do conhecimento. Cadernos de Pesquisa, n. 117, p. 13-28, 2002.

THOENIG, Jean-Claude. El rescate de la publicness en los estúdios de la organización. Gestión y Política Pública, v. 15, n. 2, p. 229-258, 2006.

TSAVKKO-GARCÍA, Raphael; DÍAZ, Koldo. País digital: transnacionalismo e comunidade imaginada basca. Estudos em Comunicação, v. 1, n. 28, p. 173-187, 2019.

UNESCO. Futures of Education. Learning to become. Paris: Unesco 2019. https://en.unesco.org/futuresofeducation/. Acesso em: 5 abr. 2020.

VALADARES, Josiel et al. Administração pública sob a ótica dos estudos críticos: reflexões, interlocuções e tendências. Administração Pública e Gestão Social, v. 1, n. 1, p. 31-42, 2017.

WEBER, Max. Ciência e política: duas vocações. São Paulo: Martin Claret, 2015.

YOUNG, Michael. Para que servem as escolas? Educação & Sociedade, v. 28, n. 101, p. 1287-1302, 2007.

YOUNG, Michael. Por que o conhecimento é importante para as escolas do século XXI? Cadernos de Pesquisa, v. 46, n. 159, p. 18-37, 2016.

ZAN, Dice; KRAWCZYK, Nora. Ataque à escola publica e à democracia: notas sobre os projetos em curso no Brasil. Retratos da Escola, v. 13, n. 27, p. 607-620, 2019.

ZIBECHI, Raúl. Una nueva derecha militante y com apoyo “popular”. In: NORTH, Liisa; RUBIO, Blanca; ACOSTA, Alberto (ed.). Concentración económica y poder político en América Latina. Buenos Aires: Clacso, 2020. p. 445-461.

Downloads

Publicado

2020-08-19

Como Citar

Afonso, A. J. (2020). Estado, políticas e gestão da educação: resistência ativa para uma agenda democrática com justiça social. Revista Brasileira De Política E Administração Da Educação - Periódico científico Editado Pela ANPAE, 36(2), 403–428. https://doi.org/10.21573/vol36n22020.103519