Ir para o menu de navegação principal Ir para o conteúdo principal Ir para o rodapé

Artigos

v. 2 n. 2 (2020)

Os espaços público, privado e doméstico: algumas contribuições e problematizações dos estudos feministas a partir dos anos 1960

DOI
https://doi.org/10.22456/2596-0911.104594
Enviado
June 21, 2020
Publicado
2020-11-10

Resumo

O objetivo deste artigo é discutir as complexas e flutuantes definições sobre os espaços público e privado a partir dos anos 1960, focando especialmente nas críticas elaboradas pelas feministas, para destacar as importantes contribuições dessas teóricas tanto para o alargamento conceitual desses dois espaços quanto para a problematização da esfera doméstica. Dos anos 1960 em diante, as feministas mostram que as tradicionais e históricas polarizações dos espaços sociais legitimam estruturas e práticas de dominação masculina, assim, ficam mais evidentes as relações de poder, presentes nessas esferas. Nesse sentido, focaremos no potencial crítico desses estudos e na importância da compreensão das dinâmicas opressivas referentes às vivências domésticas das mulheres — considerando a pluralidade de classes e raças que constituem essa categoria.

Palavras-chave: Espaços público/privado. Espaço doméstico. Estudos feministas.

Abstract

The objective of this article is to discuss the complex and fluctuating definitions of public and private spaces since the 1960s, focusing especially on the criticisms drawn up by feminists, to highlight the important contributions of these theorists both to the conceptual expansion of these two spaces and to the problematization of the domestic sphere. From the 1960s onwards, feminists show that the traditional and historical polarizations of social spaces legitimize structures and practices of male domination, thus, the power relations, present in these spheres, become more evident. In this sense, we will focus on the critical potential of these studies and in the importance of understanding the oppressive dynamics related to women's domestic experiences — considering the plurality of classes and races.

Keywords: Public / private spaces. Domestic space. Feminist studies.

Referências

  1. ABOIM, Sofia. Do público e do privado: uma perspectiva de género sobre uma dicotomia moderna. Estudos Feministas, Florianópolis, v. 20, n. 1, p. 95-117, jan./abr. 2012.
  2. ARENDT, Hannah. A condição humana. Rio de Janeiro: Forense Universitário, 2007.
  3. BENHABIB, Seyla. El Ser y el Otro en la ética contemporánea: feminismo, comunitarismo y postmodernismo. Barcelona: Gedisa, 2006.
  4. BOBBIO, Norberto. Estado, governo, sociedade: Para uma teoria geral da política. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1986.
  5. COLLIN, Françoise. Espacio domestico, espacio publico, vida privada. In: Cuidad y Mujer. Madrid: Seminario Permanente Cuidad y Mujer. 1994. p. 231-237.
  6. COLLINS, Patrícia Hill. Black Feminist Thought: knowledge, consciousness and the politics of empowerment. New York: Routledge, 1990.
  7. CRENSHAW, Kimberle. Demarginalizing the Intersection of Race and Sex: A Black Feminist Critique of Antidiscrimination Doctrine, Feminist Theory and Antiracist Politics. University of Chicago Legal Forum, Chicago, v. 1989, n. 1, p. 139-167, 1989.
  8. FERRANT, Gaëlle; PESANDO, Luca Maria; NOWACKA, Keiko. Unpaid Care Work: The missing link in the analysis of gender gaps in labour outcomes. OECD Development Centre, dez. 2014. Disponível em: https://www.oecd.org/dev/development-gender/Unpaid_care_work.pdf. Acesso em: 30 mar. 2020.
  9. HABERMAS, Jurgen. Mudança estrutural da esfera pública: investigações quanto a uma categoria da sociedade burguesa. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 2003.
  10. HANISCH, Carol. O pessoal é político, 1969. Disponível em: https://we.riseup.net/assets/190219/O+Pessoal%2B%C3%A9%2BPol%C3%ADtico.pdf. Acesso em: 01 jan. 2019.
  11. HOOKS, Bell. Talking Back: thinking feminism, thinking black. Cambridge: South End Press, 1989.
  12. OKIN, Susan Moller. Gênero, o público e o privado. Estudos Feministas, Florianópolis, v. 16, n. 2, p. 305-332, mai./ago. 2008.
  13. PATEMAN, Carole. The Sexual Contract. Stanford: Stanford University, 1988.
  14. PISCITELLI, Adriana. Re-criando a (categoria) mulher?. Campinas, novembro de 2001. Disponível em: https://www.culturaegenero.com.br/download/praticafeminina.pdf. Acesso em: 10 jan. 2020.
  15. RAMIREZ, Élida. Por que diabos nós, mulheres, ainda carregamos a casa nas costas? Revista Bula, [201-?]. Disponível em: https://www.revistabula.com/19165-por-que-diabos-nos-mulheres-ainda-carregamos-a-casa-nas-costas/?fbclid=IwAR24krrJ1-TGKWt7HB6RCml0rlaaMUtIYt6M5s_yn6YoPZIaWIcVVdf9lSw. Acesso em: 24 dez. 2019.
  16. SARDENBERG, Cecília. O pessoal é político: conscientização feminista e empoderamento de mulheres. Inc. Soc., Brasília, v. 11, n. 2, p. 15-29, jan./jun. 2018.
  17. WALBY, Sylvia. Theorizing Patriarchy. Oxford: Blackwell, 1990.
  18. YUVAL-DAVIS, Nira. Intersectionality and Feminist Politics. European Journal of Women’s Studies, v. 13, n. 3, p. 193-209, 2006.

Downloads

Não há dados estatísticos.