Notas sobre a organização da rede urbana no noroeste do Rio Grande do Sul

Autores

DOI:

https://doi.org/10.22456/1982-0003.92530

Palavras-chave:

Cidades médias/intermediárias, Rede Urbana, Noroeste do Estado do RS.

Resumo

A proposta do texto é trazer elementos que contribuam à discussão do conceito de cidade média/intermediária e o papel desempenhado por essas cidades na rede urbana. Utilizamos como exemplo a organização da rede urbana no Estado do Rio Grande do Sul, com ênfase na região noroeste do Estado, a partir do exemplo de cidades que, quantitativamente não poderiam ser classificadas como médias, mas que apresentam funcionalidades que os definem como centros polarizadores. Destacamos os municípios de Santa Rosa, Santo Ângelo e Ijuí, que configuram-se como polos de atração de um entorno que esvazia. Nesse sentido, verifica-se uma  (re) organização da estrutura espacial atual do território, com a inserção de municípios que apresentam novos elementos, provocando mudanças espaciais significativas. Buscamos examinar a evolução da rede urbana na região noroeste a partir dos seguintes estudos publicados pelo IBGE: Esboço preliminar da divisão do Brasil em espaços homogêneos e espaços polarizados (IBGE, 1967), Regiões Funcionais Urbanas (IBGE, 1972) e os estudos Regiões de Influência das Cidades/REGIC dos anos de 1987, 1993 e 2007, destacando a posição de cada cidade na rede urbana ao longo das quatro décadas (1967-2007). Compreender as funções dessas cidades no sistema urbano, suas relações espaciais e regionais, contribui para a complexa tarefa de defini-las na rede urbana. As redes articulam escalas, do local ao mundial, e não podem ser compreendidas sem sua vinculação concreta ao território. Novas perspectivas se abrem em relação aos papéis a serem delineados por cidades como os exemplos citados no texto, que não constituem uma aglomeração urbana, mas que exercem forte polarização sobre os núcleos do seu entorno, reorganizando a rede urbana no noroeste do Estado e incorporando elementos para apreendermos a complexidade da rede urbana gaúcha. Essas cidades não estão desarticuladas de um plano mais amplo, o da constituição do espaço urbano como um todo. Assim, inscrevem-se como parte da totalidade, se articulando e sendo articuladas pela rede urbana. Os papéis urbanos que desempenham, e que possam vir a desempenhar, decorrem, portanto, de uma estruturação mais ampla, referendada pela divisão técnica, territorial e social do trabalho, o que estimula novas interrogações para pensarmos a (re) organização das cidades, as relações entre cidade e região, bem como compreender as funções dessas cidades no âmbito da rede urbana.

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Biografia do Autor

Lenize Rodrigues Ferreira, Programa Pós Graduação em Geografia UFRGS; Instituto Federal Farroupilha Campus São Vicente do Sul

Doutoranda em Geografia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2017). Atualmente leciona no Instituto Federal Farroupilha, Campus São Vicente do Sul, nos Cursos Integrados: Administração e Manutenção e Suporte em Informática; no Curso de Graduação Licenciatura em Biologia.

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Publicado

2019-09-12

Edição

Seção

Artigos