Paisagem sonora do boi do Norte: a música que cura todos os males

Autores

  • Beatriz Helena Furlanetto Programa de Pós-Graduação em Geografia da Universidade Federal do Paraná
  • Salete Kozel Departamento de Geografia da Universidade Federal do Paraná

DOI:

https://doi.org/10.22456/1982-0003.36490

Palavras-chave:

Geografia Cultural, Paisagem Sonora, Arte popular, Boi-de-mamão

Resumo

O texto discute o conceito de paisagem sonora na perspectiva da geografia cultural. Ao contemplar a dimensão material e simbólica da existência humana, a paisagem reflete a identidade dos grupos culturais e emerge segundo as experiências de cada indivíduo. Para Berque, a paisagem é marca e matriz da cultura, expressa uma civilização e transmite usos e significações de uma geração à outra.  Cosgrove considera a paisagem como um texto cultural, que apresenta a possibilidade de múltiplas leituras apreendidas através de poesias, letras de músicas, filmes, pinturas e outras representações. A paisagem sonora é o ambiente sonoro da humanidade, um conjunto sempre presente de sons que estão constantemente em mutação, de acordo com Schafer. Nesse sentido, é possível investigar a paisagem sonora do boi-de-mamão, considerando-o uma criação coletiva capaz de revelar os sentidos que determinados sujeitos atribuem ao seu ambiente. A pesquisa tem como orientação a abordagem fenomenológica, fundamentada na análise documental, bibliográfica e pesquisa de campo. O boi-de-mamão, denominação atribuída ao bumba-meu-boi nos Estados do Paraná e Santa Catarina, é um folguedo brasileiro resultante da união de elementos das culturas europeia, indígena e africana, na qual o boi é a principal figura de representação. Com o objetivo de apreender os sentidos que os participantes do folguedo atribuem ao seu espaço, realizou-se a análise parcial de uma entrevista com a vice-presidente do Boi do Norte, um grupo de boi-de-mamão da cidade de Antonina, no litoral paranaense. São apontadas algumas reflexões que emergem da fala da entrevistada, como questões relacionadas à sociabilidade, à espacialidade e à música. Considerando a fase inicial dessa pesquisa, os resultados são parciais, mas evidenciam a riqueza do objeto e a urgência de maiores investigações.

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Biografia do Autor

Beatriz Helena Furlanetto, Programa de Pós-Graduação em Geografia da Universidade Federal do Paraná

Doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Geografia na Universidade Federal do Paraná. Mestre em Educação pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (2006). Atua como pianista e professora assistente da Universidade Estadual do Paraná, Campus Escola de Música e Belas Artes do Paraná (EMBAP), instituição na qual concluiu a Especialização em Piano (1993) e o Bacharelado em Piano (1991). Possui graduação em Administração com Habilitação em Comércio Exterior pelo Centro Universitário Positivo (1989).

Salete Kozel, Departamento de Geografia da Universidade Federal do Paraná

Possui graduação em Geografia pela Faculdade Estadual de Educação Ciências e Letras de Paranavaí (1970), mestrado em Geografia (Geografia Física) pela Universidade de São Paulo (1993) e doutorado em Geografia (Geografia Física) pela Universidade de São Paulo (2001). Atualmente é professor adjunto 4 da Universidade Federal do Paraná. Atua na graduação e pós-graduação na área de Geografia. Integra a linha de pesquisa Território,Cultura e Representação, priorizando os seguintes temas: Geografia, ensino e representação, Educação ambiental, Estudos de percepção em geografia, Mapas Mentais linguagem e representação, Geografia e manifestações culturais. Integrante da rede NEER (Núcleo de Estudos em Espaço e Representação) Integrante do PROCAD/Amazônia- parceria UFPR/UNIR-RO. Pos-doutorado no IESA/ LABOTER da Universidade Federal de Goias

Publicado

2012-09-11

Edição

Seção

Artigos