Diálogos entre a pintura e o cinema: análise de representações pictóricas do relato de Susana e os velhos e de sua aparição em Psicose, de Alfred Hitchcock

Autores

DOI:

https://doi.org/10.19132/1807-8583201842.135-165

Palavras-chave:

Análise do discurso. Cinema. Alfred Hitchcock. Susana e os velhos. Voyeurismo.

Resumo

O artigo é resultado de investigação sobre o filme Psicose, de Alfred Hitchcock, de 1960. O tema do quadro que tapa o buraco pelo qual o protagonista Norman Bates observa Marion Crane despindo-se constitui o elemento de análise. Trata-se de uma representação do relato bíblico de Susana e os velhos que aborda o voyeurismo, o desejo incestuoso de dois juízes e a violação. O trabalho abrange a pesquisa semiótica em interface com a psicanálise, a antropologia e a comunicação na cultura. O método abordado é a análise do discurso fílmico e pictórico. Assinalam-se as ressonâncias formais, estéticas e estruturais entre as pinturas e o filme. As imagens analisadas em Psicose apresentam camadas extremamente profundas e arraigadas a elementos imagéticos, localizadas em várias pinturas do século XVII que abordam o tema de Susana e os velhos. Estas sobreviveram e transportaram-se através do tempo, do espaço e entre culturas..

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Vanessa Brasil Campos Rodríguez, Doutora; Universidade Salvador, Salvador, BA

Possui graduação em Publicidade e Propaganda pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (1977), graduação em Jornalismo pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (1981) e doutorado em Ciencias de la Información (Comunicação Social) - Universidad del Pais Vasco - UPV- (1996). Leciona na Unifacs há 19 anos (Universidade Salvador - Bahia) e é professora titular das disciplinas "Teorias da Imagem" e "Semiótica" nos cursos de Comunicação Social da Unifacs. Professora do Programa de Pós-graduação em Administração (PPGA) da Unifacs com as disciplinas "Comunicação nas Organizações" e "Produção de Textos Científicos". Professora do Mestrado em Direito, Governança e Políticas Públicas, da Unifacs, com a disciplina "Comunicação e Transparência". Pesquisadora integrante e Líder do núcleo de pesquisa  NAVE (Núcleo de Estudos Avançados em Comunicação Empresarial) da Unifacs. Membro do conselho editorial da revista "Pensar la Publicidad", da Universidad Complutense de Madrid y de la Universidad de Valladolid e sócia fundadora da revista de Cultura Trama y Fondo (Espanha). Tem experiência na área de Comunicação, com ênfase em Análise do Discurso Visual e Comunicação Organizacional. Autora do livro "Além do espelho: análise de imagens de arte, cinema e publicidade", da editora Casarão do Verbo, em 2011 e a segunda edição foi editada pela Ed. Appris em 2014.

Referências

BADALOCCHIO, Sisto. Susana e os velhos. 1609. Óleo sobre tela. Ringling Museum of Art, Sarasota.

BOULOGNE, Valentin de. Daniel proclama a inocência de Susana. 1625. 1 Óleo sobre tela.

BOTH, Jan. Susana e os velhos. 1642. Óleo sobre madeira.

CALABRESE, Omar. Como se lê uma obra de arte. Coimbra: Edições 70, 1997.

DYCK, Sir Anthony van. Susana e os velhos. 1621-22. Óleo sobre tela. Alta Pinacoteca. Munique.

GENTILESCHI, Artemisia. Susana e os velhos. 1610. Óleo sobre tela. Schloss Weissenstein, Pommersfelden.

GONZÁLEZ REQUENA, Jesús. Film, discurso, texto. Hacia una teoría del texto artístico. Revista de Ciencias de la Información, Madrid, n. 2, p. 15-40, 1985.

GONZÁLEZ REQUENA, Jesús. Frente al texto fílmico; el análisis, la lectura. A propósito de El manantial de King Vidor. In: GONZÁLEZ REQUENA, Jesús (Org.) El análisis cinematográfico. Madri: Editorial Complutense, 1995. p. 11-45.

GONZÁLEZ REQUENA, Jesús. El texto: tres registros y una dimensión. Trama y Fondo, Madrid, v. 1, n. 1, p. 03-32, 1996.

GUERCINO. Susana e os velhos. 1617. Óleo sobre tela. Museu do Prado, Madri.

HONTHORST, Gerrit van. Susana e os velhos. [16--?]. Óleo sobre tela. Galeria Borghese, Roma.

MANGUEL, Alberto. Lendo imagens: uma história de amor e ódio. São Paulo: Companhia das Letras, 2001.

MICHAUD, Philippe-Alain. Aby Warburg e a imagem-movimento. Rio de Janeiro: Contraponto, 2013.

MIERIS, Frans van. Susana e os velhos. [16--?]. Óleo sobre madeira. Musée Hyacinthe Rigaud, Perpignan.

QUINET, Antonio. Um olhar a mais: ver e ser visto na psicanálise. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2002.

PSICOSE. Direção: Alfred Hitchcock. [S. l.]: Paramout Picture, 1960a. 1 DVD (109 min).

PSICOSE [trailer]. Direção: Alfred Hitchcock. [S.l.: s.n.], 1960b. Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=CnlCtlSqIjM&feature=related>. Acesso em: 29 maio 2012.

REMBRANDT, Harmenszoon van Rijn. Susana e os velhos. 1647. Óleo sobre madeira. Staatliche Museen, Berlin.

RODRÍGUEZ, Vanessa Brasil. A verdade da palavra mítica uma análise do mito de Édipo. Acta Semiótica et Linguística, João Pessoa, v. 14, n. 2, p. 101-116, 2009.

RODRÍGUEZ, Vanessa Brasil. Além do Espelho: análise de imagens de arte, cinema e publicidade. 2. ed. Curitiba: Appris, 2014.

RUBENS, Peter Paul. Susana e os velhos. 1607. Óleo sobre tela. Galeria Borghese, Roma.

RUBENS, Peter Paul. Susana e os velhos. 1609. Óleo sobre madeira. Museu da Real Academia de Belas Artes de San Fernando. Madri.

RUBENS, Peter Paul. Susana e os velhos. 1611. Óleo sobre madeira. The Hermitage. St. Petersburg.

SAMAIN, Etienne. As “Mnemosyne(s)” de Aby Warburg: entre antropologia, imagens e arte. Revista Poiésis, Florianópolis, n. 17, p. 29-51, Jul. 2011.

TEIXEIRA, Felipe Charbel. Aby Warburg e a Pós-vida das Pathosformeln Antigas. História da Historiografia, Ouro Preto, n. 5, p. 134-147, set., 2010.

TRÍAS, Eugenio. Lo bello y lo Siniestro. Barcelona: Debolsillo, 2006.

TRUFFAUT, François; SCOTT, Helen. Hitchcock/Truffaut: entrevistas. São Paulo: Companhia das Letras, 2004.

WEB GALLERY OF ART. Museu virtual. Budapeste, 1996. Disponível em: <https://www.wga.hu/index1.html>. Acesso em: 27 abr. 2016.

Downloads

Publicado

2018-04-25

Como Citar

Rodríguez, V. B. C. “Diálogos Entre a Pintura E O Cinema: Análise De representações pictóricas Do Relato De Susana E Os Velhos E De Sua aparição Em Psicose, De Alfred Hitchcock”. Intexto, nº 42, abril de 2018, p. 135-6, doi:10.19132/1807-8583201842.135-165.

Edição

Seção

Artigos