Porque nem toda feiticeira é corcunda: sentidos sobre o ser bruxa/ser mulher em filmes infantis e infantojuvenis
DOI:
https://doi.org/10.19132/1807-8583202152.106691Palavras-chave:
Bruxa/Mulher, Gênero, Representação, Filmes infantis/infantojuvenis, Análise crítica cultural da mídiaResumo
O objetivo deste trabalho é perceber como determinados filmes voltados ao público infantil e infantojuvenil representam a figura da bruxa/mulher. Para isso, empreendemos uma análise crítica cultural da mídia, tendo como base referenciais dos estudos de gênero/estudos feministas. Com Convenção das Bruxas, Abracadabra, Da magia à sedução e Harry Potter e a Pedra Filosofal, percebemos múltiplas representações. Por entre a figura que incorpora o mal, a que não segue determinada performance e merece ser punida, aquela que percebe a relevância da sororidade e aquela que encarna o gênero de um modo desejável temos, para além do enredo fantástico, uma discussão política sobre modos de ser/de não ser mulher.
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