Porque nem toda feiticeira é corcunda: sentidos sobre o ser bruxa/ser mulher em filmes infantis e infantojuvenis

Autores

DOI:

https://doi.org/10.19132/1807-8583202152.106691

Palavras-chave:

Bruxa/Mulher, Gênero, Representação, Filmes infantis/infantojuvenis, Análise crítica cultural da mídia

Resumo

O objetivo deste trabalho é perceber como determinados filmes voltados ao público infantil e infantojuvenil representam a figura da bruxa/mulher. Para isso, empreendemos uma análise crítica cultural da mídia, tendo como base referenciais dos estudos de gênero/estudos feministas. Com Convenção das Bruxas, Abracadabra, Da magia à sedução e Harry Potter e a Pedra Filosofal, percebemos múltiplas representações. Por entre a figura que incorpora o mal, a que não segue determinada performance e merece ser punida, aquela que percebe a relevância da sororidade e aquela que encarna o gênero de um modo desejável temos, para além do enredo fantástico, uma discussão política sobre modos de ser/de não ser mulher.

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Biografia do Autor

Felipe Viero Kolinski Machado Mendonça, UFOP

É Professor Adjunto A (nível 1) do Departamento de Jornalismo (DEJOR) da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) e Docente Permanente do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade Federal de Ouro Preto (PPGCOM UFOP). É Doutor em Ciências da Comunicação pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS), com bolsa CAPES. Realizou estágio doutoral no exterior, com bolsa CAPES/PDSE, junto ao Centro em Rede de Investigação em Antropologia (CRIA/ISCTE-IUL), em Lisboa/Portugal É Mestre em Ciências da Comunicação também pela UNISINOS, com bolsa CNPq. Realizou estágio junto ao Programa de Pós-Graduação em Comunicação Social da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) (3 meses). É jornalista pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), com bolsa FNDE. Entre os anos de 2017 e 2019 realizou estágio de pós-doutorado junto ao Programa de Pós-Graduação em Comunicação Social da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) (Bolsa de Pós-Doutorado Júnior - PDJ/CNPq). Integra os grupos de Pesquisa Núcleo de Estudos Tramas Comunicacionais: Narrativa e Experiência (UFMG) e o Ponto: afetos, gêneros, narrativas (UFOP). Possui experiência profissional/estágio em rádio e em televisão e, como docente, ministra disciplinas teóricas, metodológicas e laboratoriais na área da comunicação e do jornalismo. Em suas pesquisas, interessa-se pelas seguintes áreas/temáticas: Produção de sentidos nas Mídias e no Jornalismo; Análise do Discurso Midiático e Estudo de rotinas produtivas; Geração, Gêneros e Sexualidades; Teoria Queer e Estudos Comunicacionais; Cultura Pop

Jussara de Souza Lima da Silva, UFOP

Bacharel em Comunicação Social - Jornalismo pela Universidade Federal de Juiz de Fora, graduanda do bacharelado em História pela Universidade Federal de Ouro Preto e mestranda pelo Programa de Pós Graduação em Comunicação da Universidade Federal de Ouro Preto. Trabalhou como estagiária de Produção para o projeto Memórias Possíveis, como bolsista de iniciação científica do grupo de Pesquisa Comunicação, Cidade e Memória e como estagiária de jornalismo para a Rádio CBN Juiz de Fora. Possui experiência nas áreas de produção de conteúdo para mídias impressas, mídias sociais e audiovisual e tem como principais interesses narrativa cinematográfica, televisiva e literária e estudos sobre gênero.

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Publicado

2021-06-09

Como Citar

Viero Kolinski Machado Mendonça, F., e J. de Souza Lima da Silva. “Porque Nem Toda Feiticeira é Corcunda: Sentidos Sobre O Ser bruxa/Ser Mulher Em Filmes Infantis E Infantojuvenis”. Intexto, nº 52, junho de 2021, p. 106691, doi:10.19132/1807-8583202152.106691.

Edição

Seção

Artigos