Poesia e violência no berço da linguagem silenciosa: o caso de Chaplin

Autores

  • Ciro Inácio Marcondes Universidade Católica de Brasília

DOI:

https://doi.org/10.19132/1807-8583202048.304-324

Palavras-chave:

Charles Chaplin. Poesia cinematográfica. Cinema silencioso. Violência. Teoria do cinema.

Resumo

A carreira de Charles Chaplin, especialmente em sua fase na Keystone, tem um fundamento na violência. Ou em duas violências: a primeira, a violência física das trombadas e pontapés que seu personagem Carlitos desfere em seus antagonistas; e a segunda, a violência motora, do movimento incessante pelo campo cinematográfico e através dos planos. Propomos uma análise desta dupla valência da violência em Chaplin como princípio fundador da poesia cinematográfica silenciosa: como esta violência motora e física se transforma em balé? Será analisada a trajetória de Chaplin em seus primeiros curtas por meio de uma reconstrução narrativa e histórica do cinema, em busca do nascimento da poesia fílmica.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Ciro Inácio Marcondes, Universidade Católica de Brasília

Doutor em Comunicação pela linha Imagem e Som no Programa de Pós-Graduação da Faculdade de Comunicação da Universidade de Brasília. Entre 2014-15, realiza o Doutorado-Sanduíche no Centre des Recherches Interdisciplinaires sur les Mondes Ibériques Contemporains (CRIMIC) na Université Paris IV-La Sorbonne, em Paris. É mestre em Literatura, tendo defendido dissertação pelo Programa de Pós-Graduação em Literatura do Departamento de Teoria Literária e Literaturas da Universidade de Brasília (UnB). Possui graduação em Letras - Português, licenciatura pela Universidade de Brasília (2005). Atualmente edita o website www.raiolaser.net, especializado em crítica de histórias em quadrinhos. Tem experiência na área de Letras e Cinema, com ênfase em Literatura Brasileira, Cinema silencioso e na obra de Mário Peixoto, atuando principalmente nos seguintes temas: crítica cinematográfica e de histórias em quadrinhos, poesia moderna e contemporânea, cinema silencioso, cinema das origens. Leciona no curso de Comunicação Social Publicidade e Propaganda e Jornalismo, da Universidade Católica de Brasília, e no Mestrado Profissiona Inovação em Comunicação e Economia Criativa também da Universidade Católica de Brasília.

Referências

ANDRADE, Carlos Drummond de. A rosa do povo. Rio de Janeiro: Record, 2002.

BERGSON, Henri. Matéria e memória. Ensaio sobre a relação do corpo com o espírito. São Paulo: Editora WMF Martins Fontes, 2010.

BOWSER, Eileen. The transformation of cinema. 1907-1915. Berkeley: University of California Press, 1990. (History of the American cinema; volume 2)

CHAPLIN, Charles. Minha vida. Rio de Janeiro: José Olympio, 1989.

DELEUZE, Gilles. Cinema 1 - A imagem-movimento. São Paulo: Brasiliense, 1983.

EISENSTEIN, Sergei. O sentido do filme. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2002.

EISENSTEIN, Sergei . Dickens & Griffith. Genèse du gros plan. Paris: Stalker Éditeur, 2007.

EVERSON, William. American silent film. New York: Da Capo Press, 1998.

JOHNSON, Christopher. Derrida:a cena da escritura. São Paulo: Editora UNESP, 2001. (Coleção Grandes Filósofos).

KOBEL, Peter. Silent movies: the birth of film and triumph of movie culture. New York: Hachette Book Group, 2008.

MALAND, Charles J. A star is born: american culture and the dynamics of Charlie Chaplin’s star image, 1913-1916. In: GRIEVESON, Lee; KRÄMER, Peter. (org.) The silent cinema reader. Routledge: New York, 2004.

METZ, Christian. A significação no cinema. 2. ed. São Paulo: Perspectiva, 2004. (Debates).

PASOLINI, Pier Paolo. Empirismo hereje. Lisboa: Assírio e Alvim, 1982.

PUDOVKIN, Vsevolod. Os métodos do cinema. In: XAVIER, Ismail (org.). A experiência do cinema. Rio de Janeiro: Edições Graal, 2003.

SADOUL, Georges. História do cinema mundial: I volume. São Paulo: Livraria Martins Editora, 1963.

XAVIER, Ismail . O discurso cinematográfico. São Paulo: Paz e Terra, 2005.

ZAMBRANO, María. Filosofia y poesia. Cidade do México: FCE, 1996.

Imagens em movimento

A GARAGEM. Direção: Roscoe Arbuckle. Produção: Roscoe Arbuckle. Intérpretes: Roscoe Arbuckle, Buster Keaton e outros. Los Angeles: Comique, 1920. The garage.

CARLITOS e Mabel se casam. Direção: Charles Chaplin. Produção: Mack Sennet. Intérpretes: Charles Chaplin, Mabel Normand, e outros. Los Angeles: Keystone, 1914.

DOIS Heróis. Direção: Mack Sennet, Charles Avery. Produção: Mack Sennet. Intérpretes: Charles Chaplin, Roscoe Arbuckle e outros. Los Angeles: Keystone, 1914. The knockout.

EM BUSCA do ouro. Direção: Charles Chaplin. Produção: Charles Chaplin. Intérpretes: Charles Chaplin, Georgia Hale, Mack Swain, Tom Murray e outros. Los Angeles: United Artists, 1925. The gold rush.

INTOLERÂNCIA. Direção: D.W. Griffith. Produção: D.W. Griffith. Intépretes: Mae Marsh, Robert Heron, Constance Talmadge, Lillian Gish e outros. Los Angeles: Triangle, 1916. Intolerance.

LUZES da cidade. Direção: Charles Chaplin. Produção: Charles Chaplin. Intérpretes: Charles Chaplin, Virginia Cherril, Florence Lee, Harry Meyers e outros. Los Angeles: United Artists, 1931. City lights.

O CIRCO. Direção: Charles Chaplin. Produção: Charles Chaplin. Intérpretes: Charles Chaplin, Al Ernest Garcia, Merna Kennedy, Henry Bergman. Los Angeles: United Artists, 1928. The circus.

O GAROTO. Direção: Charles Chaplin. Produção: Charles Chaplin. Intérpretes: Charles Chaplin, Jackie Coogan, Edna Purviance e outros. Los Angeles: Charles Chaplin Productions, 1921. The kid.

O GRANDE ditador. Direção: Charles Chaplin. Produção: Charles Chaplin. Intérpretes: Charles Chaplin, Paulette Goddard, Jack Oaki. Henry Daniel, Reginald Gardiner e outros. Los Angeles: Charles Chaplin Productions, 1940. The great dictator.

RUA da paz. Direção: Charles Chaplin. Produção: Charles Chaplin, Henry P. Caulfield. Intérpretes: Charles Chaplin, Edna Purviance, Eric Campbell. Los Angeles: Mutual, 1917. Easy street.

Downloads

Publicado

2020-01-01

Como Citar

Marcondes, C. I. “Poesia E Violência No berço Da Linguagem Silenciosa: O Caso De Chaplin”. Intexto, nº 48, janeiro de 2020, p. 304-2, doi:10.19132/1807-8583202048.304-324.

Edição

Seção

Dossiê Teoria dos cineastas