Cultura contemporânea e narrativas jornalísticas: a construção da diferença nas reportagens de Nana Queiroz e Fabiana Moraes

Autores

  • Fernanda Ribeiro de Salvo Pós-doutoranda do Programa de Pós-graduação em Comunicação Social da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-MG)

DOI:

https://doi.org/10.19132/1807-858320190.55-75

Palavras-chave:

Cultura contemporânea. Narrativas jornalísticas. Alteridade. Disputas simbólicas. Cotidiano.

Resumo

Este artigo reflete sobre os modos de abordagem e os recursos expressivos utilizados por Nana Queiroz, em Presos que menstruam, e por Fabiana Moraes, em O nascimento de Joicy, para conferir visibilidade às vidas anônimas das quais resolveram se aproximar. Compreender como tais narrativas produzem sentidos sobre a diferença, compartilhados na arena de disputas simbólicas da cultura contemporânea, é o objetivo que nos guia. Em suas narrativas, Queiroz e Moraes esboçam gesto parecido: evitam os modos codificados de relatar a alteridade, preferindo construir entradas pelos espaços de invenção dos sujeitos narrados - inscrevendo suas falas, experiências e os modos singulares que afastam as concepções generalizantes. Amparadas no “eu” para produzir os relatos, Queiroz e Moraes apresentam retórica testemunhal e reflexiva, numa escrita pontuada pela sua subjetividade e a de seus personagens.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Fernanda Ribeiro de Salvo, Pós-doutoranda do Programa de Pós-graduação em Comunicação Social da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-MG)

Pós-doutoranda do Programa de Pós-graduação em Comunicação Social da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-MG). Doutora em Comunicação Social pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Referências

CEVASCO, Maria Elisa. Dez lições sobre os estudos culturais. São Paulo: Boitempo Editorial, 2003.

DENNING, Michael. A cultura na era dos três mundos. São Paulo: Religare, 2005.

FAUSTO NETO, Antônio. Fragmentos de uma “analítica” da midiatização. Matrizes, São Paulo, n. 2, p. 89-105, abr. 2008.

GAYE, Tuchman. A objetividade como ritual estratégico: uma análise das noções de objetividade dos jornalistas. In: TRAQUINA, Nelson (org.). Jornalismo: questões, teorias e “estórias”. Lisboa: Vega, 1999. p. 74-90.

GIRARDI JUNIOR, Liráucio. A reportagem como experiência etnográfica. Anuário de Jornalismo, [S.l.], v. 2, n. 2, p. 198-213, 2000.

GUIMARÃES, César; FRANÇA, Vera. Experimentando as narrativas do cotidiano. In: GUIMARÃES, César; FRANÇA, Vera (orgs.). Na mídia, na rua: narrativas do cotidiano. Belo Horizonte, Autêntica, 2006. p. 89-108.

HALL, Stuart. Cultura e representação. Rio de Janeiro: Ed. PUC-Rio: Apicuri, 2016.

HAMBURGER, Esther. Políticas da representação. In: MOURÃO, Maria Dora; LABAKI, Amir (orgs.). O cinema do real. São Paulo: Cosac Naify, 2005. p. 197-215.

KELLNER, Douglas. A cultura da mídia: estudos culturais: identidade e política entre o moderno e o pós-moderno. São Paulo: EDUSC, 2001.

LAGO, Cláudia. Antropologia e jornalismo: uma questão de método. In: LAGO, Cláudia; BENETTI, Marcia (orgs.). Metodologia de pesquisa em jornalismo. Petrópolis: Vozes, 2008.

MEDINA, Cremilda. Narrativas da contemporaneidade: epistemologia do diálogo social. Tríade: comunicação, cultura e mídia, São Paulo, v. 2, n. 4, p. 8-22, dez. 2014.

MEDITSCH, Eduardo. O conhecimento do jornalismo. Florianópolis: Ed. UFSC, 1992.

MORAES, Fabiana. O nascimento de Joicy: transexualidade, jornalismo e os limites entre repórter e personagem. Porto Alegre: Arquipélago Editorial, 2015.

NEVEU, Erik. “Novos” Jornalismos Investigativos e Ciências Sociais: pensando empréstimos, diferenças e hibridizações. Parágrafo, São Paulo, v. 4, n. 1, p. 29-39, jan./jun. 2016.

QUEIROZ, Nana. Presos que menstruam: a brutal vida das mulheres – tratadas como homens – nas prisões brasileiras. Rio de Janeiro: Record, 2015.

RESENDE, Fernando. O jornalismo e a enunciação: perspectivas para um narrador-jornalista. Contracampo. Rio de Janeiro, n. 12, p. 85-101, jan./jun. 2005.

RESENDE, Fernando. O discurso jornalístico contemporâneo: entre o velamento e a produção das diferenças. Galáxia, São Paulo, n. 14, p. 81-93, dez. 2007.

SILVERSTONE, Roger. Por que estudar a Mídia? São Paulo: Edições Loyola, 2002.

SOUZA, Candice Vidal e. Repórteres e reportagens no jornalismo brasileiro. Rio de Janeiro, Ed. FGV, 2010.

Downloads

Publicado

2019-04-18

Como Citar

Salvo, F. R. de. “Cultura contemporânea E Narrativas jornalísticas: A construção Da diferença Nas Reportagens De Nana Queiroz E Fabiana Moraes”. Intexto, abril de 2019, p. 55-75, doi:10.19132/1807-858320190.55-75.

Edição

Seção

Artigos