O pano verde da ilusão: o imaginário e o jogo ilegal

Autores

  • Elza Kioko Nakayama Nenoki Couto Universidade Federal de Goiás
  • Anderson Nowogrodzki da Silva Universidade de Brasília

DOI:

https://doi.org/10.19132/1807-8583201944.12-27

Palavras-chave:

Antropologia do Imaginário. Mito. Regimes. Jogos Ilegais.

Resumo

A linguagem dos depoimentos de jogadores compulsivos é suscetível de explicar a relação simbólica deles com o mundo. A partir dessa perspectiva, examinam-se as imagens míticas que podem ser depreendidas de significantes linguísticos. Por meio de depoimentos de jogadores compulsivos coletados na internet, reflete-se sobre o trajeto antropológico do imaginário do jogador de jogos ilegais e seu mito. Os pressupostos teóricos deste trabalho têm por base a antropologia do imaginário de Gilbert Durand, segundo a qual a relação do sujeito com o objeto pode ser representada por uma imagem. Dessa forma, configura-se uma pesquisa qualitativa, baseada no método hipotético-dedutivo, a fim de interpretar e analisar dados que permitam alcançar um valor de verdade. Jogar com o acaso ou com as probabilidades pode ter o sentido simbólico de negociar com o destino. Poder controlar o próprio destino é possível apenas aos deuses, os seres imortais. Portanto, o espaço do jogo ilegal é um espaço profano em contato com a esfera do sagrado, que possibilita a ilusão de jogar com o destino. Nesse sentido, o jogo pode ser visto como uma experiência mítica.

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Biografia do Autor

Elza Kioko Nakayama Nenoki Couto, Universidade Federal de Goiás

Possui pós-doutorado em Linguística na UNB, mestrado e doutorado em Língua Portuguesa pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Atualmente é professora Associada da Universidade Federal de Goiás. Vinculada ao Programa de Pós-Graduação em Letras e Linguística. Orienta trabalhos de Mestrado e Doutorado na área de Linguística com ênfase em Análise do Discurso, Ecolinguística, Linguística ecossistêmica, Análise do Discurso Ecológica, Antropologia do Imaginário, Sua produção acadêmica tem contemplado temas que envolvem questões relacionadas ao discurso, ecologia, mito, práticas discursivas da atualidade, mídia, cinema. É coordenadora do Núcleo de Pesquisa NELIM- Núcleo de Ecolinguística e Imaginário, cadastrado no CNPQ. Representante regional (Brasil) da Análise do Discurso Ecológica (Critical Ecosystemic Linguistics) no steering groups da International Ecolinguistics Association, localizada na University of Gloucestershire, UK.

Anderson Nowogrodzki da Silva, Universidade de Brasília

Doutorando em Linguística pelo Programa de Pós-Graduação em Linguística da Universidade de Brasília (2017 - atual). Mestre em Linguística pelo Programa de Pós-Graduação em Letras e Linguística da Faculdade de Letras da Universidade Federal de Goiás (2015 - 2017). Graduado em Letras, habilitação em português e inglês, pela Universidade Estadual de Goiás (2011 - 2015). Pesquisador da área de Estudos Linguísticos, concentrando-se no campo da Ecolinguística, Análise do Discurso de linha francesa e Análise do Discurso Ecológica. Interessa-se, também, pelos estudos relacionados à Linguística Aplicada. Pesquisador do Núcleo de Estudos de Ecolinguística e Imaginário (NELIM), cadastrado no CNPq. 

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Publicado

2019-01-01

Como Citar

Couto, E. K. N. N., e A. Nowogrodzki da Silva. “O Pano Verde Da ilusão: O imaginário E O Jogo Ilegal”. Intexto, nº 44, janeiro de 2019, p. 12-27, doi:10.19132/1807-8583201944.12-27.

Edição

Seção

Artigos