A corte, o chá e o voto: o consumo como arena política

Autores

  • Everardo Rocha Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro/ PUC-Rio
  • Marina Frid Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro/ PUC-Rio
  • William Corbo Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro/ PUC-Rio

DOI:

https://doi.org/10.19132/1807-8583201534.322-341

Palavras-chave:

Consumo e política. História cultural do consumo. Comunicação, poder e consumo. Representações do consumo. Cultura e consumo.

Resumo

O objetivo deste trabalho é examinar alguns dos mecanismos que articulam o fenômeno do consumo com a busca pelo poder e a atividade política em questões relacionadas ao caráter simbólico dos bens, a certas formas de comércio e às novas sociabilidades propiciadas pelos espaços de compra. Para tanto, serão analisadas três experiências históricas que representam de modo emblemático as relações entre consumo e política: A primeira trata das sociedades de corte dos reinados de Elizabeth I, na Inglaterra, e de Luís XIV, na França. A segunda, do boicote conhecido como a Festa do Chá de Boston, ocorrido durante a Revolução Americana. A terceira experiência analisa a parceria entre grandes magazines e sufragistas na luta pelos direitos femininos do início do século XX. Dessa forma, é possível mostrar alguns dos modos pelos quais, no mundo moderno, as representações e práticas de consumo se configuraram como arenas de expressão política.

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Biografia do Autor

Everardo Rocha, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro/ PUC-Rio

Professor Associado do Programa de Pós-graduação em Comunicação da PUC-Rio

Marina Frid, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro/ PUC-Rio

Doutoranda do Programa de Pós-graduação em Comunicação da PUC-Rio

William Corbo, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro/ PUC-Rio

Doutorando do Programa de Pós-graduação em Comunicação da PUC-Rio

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Publicado

2015-12-17

Como Citar

Rocha, E., M. Frid, e W. Corbo. “A Corte, O Chá E O Voto: O Consumo Como Arena política”. Intexto, nº 34, dezembro de 2015, p. 322-41, doi:10.19132/1807-8583201534.322-341.