A feminização do jornalismo e a ausência da perspectiva de gênero nas editorias de tecnologia no Brasil

Autores

  • Paula Melani Rocha Universidade Estadual de Ponta Grossa;
  • Andressa Kikuti Dancosky Universidade Estadual de Ponta Grossa

DOI:

https://doi.org/10.19132/1807-8583201635.119-136

Palavras-chave:

Jornalismo. Jornalismo de Tecnologia. Representações de Gênero. Produção Jornalística. Estudos de Gênero

Resumo

A participação feminina no jornalismo brasileiro é maior que a masculina a partir do século XXI. No entanto, o processo de produção jornalística ainda é o mesmo no que diz respeito à perspectiva dos estudos de gênero. Há uma predominância de fontes masculinas nos discursos jornalísticos, principalmente nas editorias de política e de economia. Nesse sentido, o presente artigo tem como proposta olhar para uma editoria nova, se comparada com as de política e de economia - trata-se da editoria de tecnologia, em versão online. O objetivo é verificar a presença de mulheres tanto como produtoras de notícias como de fontes, bem como as representações de gênero veiculadas no conteúdo informativo, incluindo fotos e temas das notícias. A metodologia inclui pesquisa bibliográfica em estudos de jornalismo e gênero, sobre a teoria do newsmaking e conceito de gênero. Observou-se quatro jornais brasileiros, Gazeta do Povo, Correio Braziliense, Folha de São Paulo e O Estado de São Paulo, a partir de categorias jornalísticas estabelecidas com base no referencial teórico em jornalismo. A análise das categorias fundamentou-se nas discussões de gênero. Os resultados apontam que o número de profissionais femininas atuantes na editoria de tecnologia é praticamente inexistente e que a preocupação com questões de gênero é mínima nessas editorias. Tal percepção reforça a importância da continuidade dos estudos e dos debates nesta área.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Paula Melani Rocha, Universidade Estadual de Ponta Grossa;

Professora da Pós-graduação em Jornalismo da Universidade Estadual de Ponta Grossa. Professora adjunta da graduação em Jornalismo da UEPG. Pesquisadora-colaboradora do LabJor/UNICAMP. Pós-doutora em Jornalismo pela Universidade Fernando Pessoa.

Andressa Kikuti Dancosky, Universidade Estadual de Ponta Grossa

Mestranda em Jornalismo pelo Programa de Pós-Graduação em Jornalismo da Universidade Estadual de Ponta Grossa. Bolsista Capes.

Referências

ACTIONABLE ANALYTICS FOR THE WEB (ALEXA). Top sites in Brazil. 2013. Disponível em: <http://www.alexa.com/topsites/countries/BR>. Acesso em: 06 jun. 2014.

ALTHUSSER, L. Ideologia e Aparelhos ideológicos de estado. Lisboa: Presença 1970.

BIRD, S.E; DARDENNE, R.W. Mito, registros e ‘estórias’: explorando as qualidades narrativas das notícias. In: TRAQUINA, N. (Org.). Jornalismo: questões, teorias e ‘estórias’. Lisboa: Veja, 1993. p. 263-277.

BOMFIM, F. M. A. A informação nos cadernos de informática nos grandes jornais. UFMG, 1997.

BOURDIEU, P. A dominação masculina. Rio de Janeiro, Betrand Brasil, 1999.

GUERRA, Y. H. Mujer y periodismo en Cuba: un itinerario singular. In: COLÓQUIO MULHER E SOCIEDADE: AS REPRESENTAÇÕES DE GÊNERO NA CONTEMPORANEIDADE, 3., 2014, Ponta Grossa. Anais... Ponta Grossa: UEPG, 2014.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Mulher no mercado de trabalho. 2011. Disponível em: http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/indicadores/trabalhoerendimento/pme_nova/Mulher_Mercado_Trabalho_Perg_Resp_2012.pdf. Acesso em: 15 jun. 2014.

LAURETIS, T. A tecnologia do gênero. In: HOLLANDA, H. B. (Org.). Tendências e impasses: o feminismo como crítica da cultura. Rio de Janeiro, Rocco, 1994. p. 206-242.

PEREIRA JUNIOR, L. C. A apuração da notícia: métodos de investigação na imprensa. Petrópolis: Vozes, 2006.

NEVEU, É. Sociologia do Jornalismo. Porto, Porto Editora, 2005.

PERFIL do Jornalista Brasileiro. Florianópolis: UFSC, 2013. Disponível em: <http://www.perfildojornalista.ufsc.br/dados>. Acesso em: 10 jun. 2014.

ROSALES, B. Jonalismo Peru: as mulheres dominam, mas não mandam. 2009. Disponível em <http://www.ipsnoticias.net/portuguese/2009/04/america-latina/jornalismo-peru-as-mulheres-dominam-mas-nao-mandam>. Acesso em: 10 jun. 2014.

SAFFIOTI, H. I. B. A mulher na sociedade de classe. Petrópolis: Vozes, 1979.

SCOTT, J. Gênero, uma categoria útil de análise histórica. Revista Educação e Realidade, Porto Alegre, v. 16, n. 2, p. 71-99, jul./dez. 1990.

TUCHMAN, G. Making news: a study in the construction of reality. New York: The Free Press, 1978.

TRAQUINA, N. Teorias do Jornalismo: a tribo jornalística – uma comunidade interpretativa transnacional. Florianópolis: Editora Insular, 2005. v. 2.

TRAQUINA, N. O Jornalismo português em análise de casos. Lisboa: Editorial Caminho, 2001.

TORRES, C. Género y comunicación: el lado oscuro de los medios. Santiago: Ediciones de la Mujeres, 2000.

WOITOWICZ, K. J.; ROCHA, P. M. Estudos de gênero no Jornalismo: perspectivas de análise das mulheres jornalistas e das representações femininas. In. WOITOWICZ, K. J.; ROCHA, P. M. (Org.). Marcas & discursos de gênero: produções jornalísticas, representações femininas e outros olhares. Ponta Grossa: Editora UEPG, 2014. P. 131-150.

Downloads

Publicado

2016-04-29

Como Citar

Rocha, P. M., e A. K. Dancosky. “A feminização Do Jornalismo E a Ausência Da Perspectiva De Gênero Nas Editorias De Tecnologia No Brasil”. Intexto, nº 35, abril de 2016, p. 119-36, doi:10.19132/1807-8583201635.119-136.

Edição

Seção

Artigos