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Sair da Representação: Lieutenantenduetten, uma performance crítica do Warme Winkel

RESUMO

Esta performance questiona as lógicas de representação e mimeses, faz divergir as fronteiras entre a vida e a ficção, misturando os códigos do teatro, da arte da performance e do happening. A performance do Warme Winkel joga com a história da arte para refletir sobre a dificuldade da arte em criar imagens em um mundo globalizado e, mais particularmente, no contexto da crise econômica atual da Europa, o que ameaça diretamente a cena artística holandesa.

Palavras-chave:
Grupos Holandeses; Site-specific; Atuação Performática; Distância; Representação

ABSTRACT

This performance questions the logics of representation and mimesis, blurs the borders between life and fiction, and mixes codes inherited from the theater, performance-art, and happening. It plays with art history to address the difficulty of art to create images in a globalized world, and more specifically, in the context of the current European economic crisis, which directly threatens the art scene in Holland.

Keywords:
Dutch Collective; Site-specific; Performative Acting; Distance; Representation

RÉSUMÉ

L'exemple évoqué dans article remet en question les logiques de la représentation et de la mimesis, brouille les frontières entre la vie et la fiction en mêlant les codes du théâtre, de l'art de la performance et du happening. La performance de Warme Winkel joue avec l'histoire de l'art pour réfléchir sur la difficulté de créer de l'art et des images dans le contexte de la crise économique qui atteint actuellement l'Europe et qui menace directement la scène artistique néerlandaise.

Mots-clés:
Collectif Néerlandais; Site Spécifique; Jeu Performatique; Distance; Représentation

Texto completo disponível apenas em PDF.

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  • 1
    Este artigo resulta de uma comunicação feita durante a conferência da International Federation for Theater Research (IFTR), no grupo de trabalho Processus Créatifs, dirigido por Josette Féral e Sophie Proust.
  • 2
    O grupo teatral De Warme Winkel (A Loja Quente) é um coletivo de atores formado por Mara van Vlijmen, Jeroen De Man, Vincent Rietveld e Ward Weemhoff, com Jantien Ploij como produtora. Ele foi criado em 2002 depois que os três primeiros membros se formaram na Maastricht Academy of Drama. Weemhoff juntou-se ao grupo em 2010 depois de se formar no Antwerp Conservatorium. Eles se especializaram em criações site-specific e históricas, especialmente no Austrian Cycle, uma série de cinco peças que foram montadas entre 2004 e 2009 sobre grandes artistas e escritores do fin-de-siècle vienense. Disponível em: <http://www.warmewinkel.nl>.
  • 3
    O vlakke vloer holandês designa uma família teatral que compreende grupos pequenos e médios, com um núcleo artístico e administrativo fixo, reconhecida no setor cultural e especializada em salas de teatro pequenas ou alternativas e, também, em locais específicos. Seus trabalhos se inserem entre as grandes instituições e os grupos amadores. Essa tendência tem se desenvolvido desde a década de 1970 e, também, está ligada à expansão dos coletivos de atores e artistas. Maatschapij Discordia, criado por Jan Joris Lamers e Mathias de Koning, é um dos mais importantes pioneiros nessa tendência ainda hoje em atividade, e foi o iniciador de um novo modo de trabalho teatral colaborativo no qual o ator é considerado um intermediário direto entre o texto e o público.
  • 4
    Tais como Felix Meritis, Frascati e de Brakke Grond em Amsterdã, o Toneelschuur em Arnhem, e o Kikker em Utrecht, os quais tiveram um importante papel na produção e programação de grupos jovens.
  • 5
    O Mickery foi criado em 1965 por Ritsart ten Cate em uma antiga fazenda em Lonersloot. Ele rapidamente adquiriu reputação internacional e introduziu muitos grupos experimentais norte-americanos na Europa no seu festival anual - por exemplo, La MaMa, Living Theater, Bread and Puppet, Wooster Group e muitos outros. Ele é subvencionado desde 1969; transferiu-se para Amsterdã em 1972, contribuindo para o desenvolvimento de novas formas de teatro colaborativo e site-specific, trabalhando nos limites entre gêneros, estilos, disciplinas e culturas.
  • 6
    Ver, por exemplo, o trabalho de Gerardjan Rijnders: ator, escritor e diretor que desenvolveu técnicas de montagem enquanto dirigia o Toneelgroep Amsterdam, tornando-se assim reconhecido nacional e internacionalmente.
  • 7
    Jongewaard é diretor do Nieuw West, grupo fundando em 1980 com o escritor Rob de Graf e o ator Dik Boutkan depois que se formou no departamento de mímica em Amsterdã. Esse é um coletivo com influências punk e anarquistas que inventou um teatro muito performático, provocativo e politicamente envolvido: <http://www.nieuwwest.nl>.
  • 8
    Em setembro de 2010, um corte de 25% no orçamento foi anunciado no setor cultural, promovido pela coligação centro-direita. Como resultado, na distribuição FPK de 2012, mais da metade das subvenções foram negadas e muitos grupos, festivais e locais terminaram ou reduziram suas atividades - entre eles, Discordia, 't Barre Land, O.T., importantes pioneiros na década de 1980.
  • 9
    Literalmente compreendido como o diretor final, o eind-regisseur é uma figura comum em muitos coletivos ou trabalhos colaborativos na Bélgica e na Holanda desde a década de 1970. Sua função exata e grau de envolvimento variam de um projeto a outro. Ele/ela pode ser um membro do grupo ou convidado pelos performers.
  • 10
    Para uma abordagem resumida do assunto, ver Goldberg (2001).
  • 11
    Ele ainda estava trabalhando com o Performance Group criado em 1967 com Liz LeCompte, que era um local de importantes experimentações na área.
  • 12
    Entre os quais estão Oerol, Over Het Ij, Caravane, na Holanda; e Theater aan Zee, na Bélgica, são os maiores.
  • 13
    Ela utiliza essa palavra para lidar com o fluxo saturado de imagens fílmicas, fotográficas e digitais que tende a apagar as brechas que faltam na nossa relação com o visível ao fingir que o capturamos e compreendemos totalmente.
  • 14
    A teoria de Austin sobre a performatividade consiste em reconhecer o poder ativo das palavras enunciadas, capazes de transformar a realidade enquanto são pronunciadas. Aqui, uso a ideia de performatividade para expressar o impacto que o discurso ou ação artística pode ter sobre a realidade não-artística ao seu redor.
  • 15
    Termo utilizado de acordo com a definição e posição na escala de atuação de Michael Kirby.

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    Abr 2014

Histórico

  • Recebido
    09 Ago 2013
  • Aceito
    13 Out 2013
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