(Est)ética da praça: rua, mídia e partilha

Autores

  • Fernando Resende UFF

Palavras-chave:

Estudos Culturais. Mídia. Espacialidade. Rua. Tahrir.

Resumo

Este artigo, cujo foco é a cidade do Cairo e seus modos de coexistência sectária, busca compreender a Primavera Árabe a partir da leitura de uma ética e uma estética construídas e constituídas no próprio desenrolar do processo revolucionário. Seu objetivo, menos que explicar os acontecimentos recentemente deflagrados em alguns dos países do chamado “Oriente Médio”, é refletir sobre os sentidos e as disputas, os desejos e as demandas ali evocadas. No seu recorte, a espacialidade torna-se elemento de fundamental importância. E a hipótese é que os espaços de partilha, em que se amalgamam conflitos e contratos, tecem uma (est)ética que é a somatória de um desejo e de uma necessidade. A abordagem teórica, a partir de aspectos ressaltados por reflexões de cunho pós-colonialista e pelos chamados “Estudos Culturais Árabes”, nos levam à ideia de que a rua, um espaço de partilha no contexto árabe, possa ser um operador teórico que contribui para a compreensão de uma prática política cuja lógica não exclui o conflito e não nega a necessidade de se encontrar formas de convivência. É esta a prática que se vê acontecer tanto em uma imagem-símbolo, propagada pela Al Jazeera, como também na própria ocupação da Praça Tahrir.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

BAYAT, A. Life as politics –how ordinary people change the Middle East. Amesterdam: Amsterdam University Press, 2010.

BHABHA, H. O local da cultura. Belo Horizonte: UFMG, 1998.

CERTEAU, M. A invenção do cotidiano. Petrópolis: Vozes, 2000.

D’AMARAL, M. Comunicaç~o e diferença –uma filosofia de guerra para uso dos homens comuns. Rio de Janeiro: UFRJ, 2004.

DELEUZE, G. & GUATTARI, F. O que é a filosofia. São Paulo: Ed. 34, 1992.

FLUSSER, V. Bondenlos –um autobiografia filosófica. São Paulo: Annablume, 2007.

FOUCAULT, M. “Outros espaços”. In: Ditos & Escritos III –Estética: Literatura e Pintura, Música e Cinema. Rio deJaneiro: Forense Universitária, 2001.

HAUGBOLLE, S. “Reflections on ideology after the Arab Uprisings”. In: Jadalyiya(Arab Studies Institute). In: http://www.jadaliyya.com/pages/index/4764/reflections-on-ideology-after-the-arab-uprisings(acesso em 08/04/2013)

MATTOS, O. Discretas esperanças –reflexes filosóficas sobre o mundo contemporâneo. São Paulo: Nova Alexandria, 2006.

RANCIÈRE, J. A partilha do sensível: estética e política. São Paulo: Ed. 34, 2005.

RESENDE, F. Para um jornalismo de fricção: a delicadeza de não ter o que dizer. In: SOARES, R; RODRIGUES, M. Profissão Repórter em diálogo. Sao Paulo: Alameda, 2012. p. 58-63.

RESENDE, F. e PAES, A. The Arab conflicts and the media discourse -a Brazilian perspective. In: Global Media and Communication Journal. London: Sage, vol.7, n.3, 2011, p. 215-219.

RESENDE, F. “Espaços parciais, espaços de resistência: relatos e conflito no cen|rio contempor}neo”. In: GOMES;MARGATO (orgs.). Espécies de espaço: territorialidades, literatura, mídia. Belo Horizonte: UFMG, 2008.

SABRY, T. (org.). Arab Cultural Studies –mapping the field.London: Tauris, 2012.

SABRY, T. Cultural encounters in the Arab World –on media, the modern and the everyday. London: Tauris, 2010.

SAID, E. Orientalism. London: Penguin, 2003.

SAID, E. Out of place –a memoir. London: Granta Books, 1999.

TRIPP, C. The power and the people –paths of resistance in the Middle East. Cambridge: Cambridge University Press, 2013.

Downloads

Publicado

2013-07-15

Como Citar

Resende, F. “(Est)ética Da praça: Rua, mídia E Partilha”. Intexto, nº 28, julho de 2013, p. 6-37, https://seer.ufrgs.br/index.php/intexto/article/view/41159.

Edição

Seção

Dossiê Jornalismo Internacional