ENTRE O CRACK E A CURA: considerações sociológicas sobre tratamento de usuários de substâncias psicoativas
Resumo
Neste artigo discutiremos os resultados de uma pesquisa realizada com usuários
de crack que aderiram a um tratamento no contexto de um CAPSad (Centro de Atenção Psicossocial - álcool e drogas), na cidade de Porto Alegre/RS. As trajetórias e histórias de vidas dos informantes são fortemente marcadas por um contexto de exclusão social, no qual o pertencimento de classe e o patrimônio de disposições sociais são decisivos no sucesso ou fracasso na tentativa de abstinência. A pesquisa empírica qualitativa explorou a história individual dos sujeitos e seus mecanismos de defesa na tentativa de transformar um ethos que pôs o crack como elemento central de suas vidas. Os marcos teóricos que auxiliaram a reflexão foram a teoria moral durkheimiana, a teoria do reconhecimento social, as teorias interacionistas do desvio e a teoria crítica de Jessé Souza. A conclusão do estudo aponta que o comportamento individual destes usuários e a dificuldade de manter-se longe do crack são largamente influenciados por seu pertencimento de classe, marcado pela socialização precária e um histórico de esquecimento social e violência. Os elementos
trabalho e família são decisivos nas trajetórias de sucesso e na superação dos estigmas, que recaem sobre os usuários e que circunscrevem suas tentativas de inserção social.
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