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Literaturas das Américas: entre memória e esquecimento
v. 6 n. 6 (2011)É oportuna, neste início do século XXI, a preocupação com as relações entre memória e literatura, tendo em vista a emergência de gêneros que têm na memória a base de sua construção como a autobiografia, a autoficção, as escritas de testemunho e até mesmo as que emergem através das redes sociais como os blogs.
O par memória/esquecimento não se coloca em oposição dialética; o esquecimento é elemento constitutivo da própria memória que não pode se manifestar sem os processos de esquecimento, de seleção e de reconstituição através de vestígios e/ou indícios que favorecem o trabalho de preenchimento das lacunas deixadas por lembranças interrompidas.
Nesse sentido, o presente número de Conexão Letras procurou centrar-se na análise das estratégias utilizadas por autores das literaturas das Américas de construir uma memória longa ou de longa duração, com base na recuperação de fragmentos memoriais em circulação no contexto crioulizado das Américas. Foi proposto aos autores dessa edição que refletissem sobre as estratégias que determinam, de um lado, o trabalho, o dever e os abusos de memória, e, de outro, o esquecimento, o não-dito e os mecanismos ativadores de memórias reinventadas. A sexta edição de Conexão Letras corresponde, portanto, a uma tentativa de flagrar o trabalho da anamnese que revela os resíduos oriundos da confluência de memórias voluntárias e involuntárias, inventando temporalidades que a história foi incapaz de reter.
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Teses e dissertações
v. 5 n. 5 (2010)Este Volume da Revista Conexão Letras intitulado ‘Teses e Dissertações’ tem como objetivo maior dar destaque e possibilitar a circulação da pesquisa desenvolvida, no âmbito dos estudos lingüísticos e literários, por docentes e discentes do Instituto de Letras da UFRGS, através da publicação de artigos que refletem sobre estudos realizados durante o processo de produção de Teses de Doutorado e de Dissertações de Mestrado.
Nossa meta, portanto, consiste em dar visibilidade ao modo de produção das pesquisas do IL, implicados nesse espaço de socialização de saberes acadêmicos os fundamentos teóricos, , as escolhas temáticas, as preocupações dos pesquisadores e os procedimentos analíticos apresentados pelos estudos já realizados ou em processo de andamento.
Por fim, acrescentamos, aos artigos, resenhas em torno de textos acadêmicos estudados pelos docentes e discentes- pesquisadores.
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Liguística/Literatura e processos de subjetivação
v. 4 n. 4 (2009)O quarto volume da Revista Conexão Letras propõe-se a tratar de processos identitários, abarcando diferentes enfoques que buscam, no âmbito desta temática, refletir em torno de questões que retratam nossa sociedade em suas inúmeras contradições, ou que nos reportam às questões implicadas na complexidade das heranças que recebemos do pensamento de outras gerações e, sobretudo, nas concepções que elegemos para responder aos desafios que a atualidade tem nos apresentado, através dos discursos de globalização que se multiplicam a cada dia, da crescente “mundialização” dos bens simbólicos” que, sob a aparência de processos de tecnologização e de “socialização”, buscam até mesmo homogeneizar as formas de leitura dos processos identitários que caracterizam os modos através dos quais os indivíduos se representam e atuam na sociedade como sujeitos de uma determinada história e de uma realidade.
Esta atualidade, povoada por novas contradições é que precisa ser estudada, questionada, segundo nosso ponto de vista, já que, na mesma medida em que dá ênfase à soberania do conhecimento privado da experiência – o virtual - ao triunfo do individualismo sobre as formas coletivas de organização, povoa o universo dos sujeitos com “padrões comuns de reconhecimento,” responsáveis pela construção de imaginários de subjetividade em que pouco ou quase nada resta aos próprios sujeitos. Deste modo, ao não reconhecer mais seus lugares nas relações sociais, como lugares identitários, lugares de pertencimento dotados de histórias, estes também passam a tornar-se “dispositivos” descartáveis de um universo veloz e, ao mesmo tempo, voraz que não mais precisa dos sujeitos para tratar de seus objetos.
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Linguística/Literatura e Encontro e Pesquisa
v. 3 n. 3 (2008)Este terceiro volume da Revista CONEXÃO LETRAS constitui-se em um exemplar especial, na medida em que, através dele, conseguimos reunir a produção científica de eventos realizados pelo Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade Federal do Rio Grande do Sul durante os últimos dois anos: a) Uma Missão interinstitucional organizada pelo corpo docente de nosso Programa, ao longo do primeiro semestre de 2006, subsidiada pelo Consulado da França, e que contou com a participação do Prof. Dr. Michel Erman – Université de Bourgogne - Dijon, o qual proferiu palestras nos Programas de Pós-Graduação das Universidades de Santa Maria – RS, São Carlos-SP e Rio Grande do Sul; b) o Ciclo de Palestras “Bakhtin no Contexto Soviético”, realizado durante o segundo semestre do ano 2006 e organizado por docentes da área de Estudos da Linguagem e que contou com a participação do Prof. Dr. Serguei Tchougounnikov – Université de Bourgogne – Dijon, e de debatedores das áreas de Estudos de Literatura e da Linguagem; c) Os Cursos Livres sobre “A poesia portuguesa contemporânea”, ministrado pelo professor da Universidade Clássica de Lisboa, um dos mais prestigiados romancistas portugueses da atualidade, Prof. Dr. Ernesto Rodrigues; e sobre “O Teatro Mato-Grossense: História, Cultura e Ideologia”, ministrado pelo Prof. Dr. Agnaldo Rodrigues (UNEMAT); d) Colóquio Nacional “A Pesquisa em Letras e Lingüística em Tempo de Pós-...”, que buscou analisar e discutir a situação da pesquisa em Letras, no Brasil de hoje, tomando como referência as mutações das últimas décadas em função da mundialização e dos avanços tecnológicos; discutir as perspectivas das Letras a partir do estudo e reflexão de obras significativas nas áreas de Lingüística e Literatura; e possibilitar o intercâmbio do conhecimento através da presença de especialistas brasileiros das diferentes áreas, favorecendo contatos e trocas acadêmicas, visando ao fortalecimento da pesquisa na área. Realizado de 18 a 20 de abril de 2007, contou com a presença de palestrantes como os Profs. Drs. Jaime Guinzburg (USP), Cláudia Lemos (UNICAMP), Eneida Maria de Souza (UFMG), Sandra Goulart de Almeida (UFMG) e Karen Pupp Spinassé (UFRGS). -
Linguística/Literatura e Identidade
v. 2 n. 2 (2006)É bem verdade que o início do século 20 representa uma ruptura com o modelo ideológico clássico, razão por que, entre 1927 e 50, com o avanço dos nacionalismos, a questão da identidade nacional – e ela comporta uma identidade política e cultural – termina ocupando um espaço significativo. Após, esboça-se uma espécie de vazio absoluto em torno da questão. Entretanto, nas últimas décadas do século a pergunta “quem somos?” volta ao cenário das preocupações e de forma enfática, ocupando, dentro da comunidade cultural – porque a comunidade cultural é, sobretudo, resistência da identidade – um tom enfático. Evidentemente que a questão está ligada a todas as transformações por que passou o mundo no final do século: a queda do muro de Berlim (que terminou se transformando num acontecimento mítico), a quebra de barreiras econômicas ao Leste Europeu, a abertura da China para o capital estrangeiro, a queda da hegemonia russa, a ascensão da hegemonia norte-americana, a formação de blocos supranacionais, o avanço das comunicações, a mal definida pós-modernidade, a hegemonia da globalização, o multiculturalismo... Se tomarmos os dois últimos acontecimentos e seu real significado, sobretudo o multiculturalismo que nada mais é do que um “diálogo monológico” voltado para a imposição cultural, para um novo Imperialismo, poderemos entender o retorno e a importância da pergunta “quem somos?” no nosso tempo. Aí, é preciso considerar que a relação entre culturas diferentes nem sempre se dá de forma pacífica. É o que as manifestações vêm mostrar. Ainda que pertencente à identidade do Mesmo, o Outro, mesmo que com promessas de felicidade geral, continua sendo o Outro. Assim, a questão da identidade termina ocupando textos dos mais diversos estatutos e é do que a CONEXÃO LETRAS, revista do Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, em seu segundo número, se ocupa.
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Linguística/Literatura e História
v. 1 n. 1 (2005)Um dos motivos de revitalização contínua da Universidade é, sem dúvida, a grandeza do espaço que ocupa a pesquisa e a troca de idéias com suas discussões, suas dissonâncias, suas polêmicas. Por outro lado, as formas de ideologização do modo de produção dos saberes acadêmicos acabam transformando a atividade intelectual, não raro, em um trabalho isolado, solitário e, sobretudo, compartimentado. Os efeitos desse processo concretizam-se, no cotidiano da Universidade, através da segmentação entre áreas de conhecimento, via disciplinaridade, do desconhecimento do objeto de pesquisa e da produção científica de nossos pares. Daí o incansável movimento de reversão desse quadro: buscar novas pontes de articulação entre campos disciplinares, criar novos laços interinstitucionais, fragilizar a massificação das hegemonias globalizantes que reduzem o produto do trabalho científico a saberes caricaturais.