Imigrante, estrangeiro, expatriado - entre o desejo da hospitalidade e o encontro com a hostilidade
DOI:
https://doi.org/10.22456/2594-8962.79459Resumo
As análises e reflexões que se fazem presentes neste artigo surgem a partir de relatos - obtidos via Skype - de brasileiros que estão residindo no exterior há mais de um ano. Ancorando-nos no aparato teórico da Análise do Discurso francesa, buscamos analisar nestes discursos, no movimento para além fronteiras destes sujeitos - fronteiras não só geográficas, mas de significados -, os diferentes termos usados para designar estes sujeitos, tais como imigrante, estrangeiro e expatriado, termos cujos sentidos deslizam dependendo do lugar que ocupam estes sujeitos no espaço do outro. Neste percurso trazemos para discussão as relações de poder, bem como os lugares que ocupam estes brasileiros quando em países desenvolvidos. Estes sujeitos, enquanto estrangeiros em país desenvolvido, desejam pertencer, fazer parte da outra cultura, no entanto, a diferença atestada na imagem do imigrante vindo de países periféricos - como é o caso do Brasil - é rejeitada e marginalizada. Frente a esta rejeição, os sujeitos se voltam para seu país, com o qual já não de identificam mais, colocando-se, assim, no limbo do entre-culturas.