O público produzindo sentidos na atualidade: memória e (des) estabilização
DOI:
https://doi.org/10.22456/2594-8962.55181Resumo
Este trabalho propõe-se a analisar os sentidos de público presentes no discurso educacional do governo de Luís Inácio da Silva. Para isso, toma-se a categoria de sentido, a partir das teorizações desenvolvidas na Análise do Discurso, na vertente representada por Michel Pêcheux. Nessa perspectiva, o sentido é resultado de uma relação indissociável entre sujeito, língua e história, sempre atravessada pela ideologia. Esta, por sua vez, é entendida nesse trabalho, a partir do prisma ontológico enfocado por Lukács, e das considerações de Bakhtin/Volochinov sobre a constituição da língua. Objetiva-se, pois, desvelar os efeitos de sentido de público, considerando que os deslizamentos inerentes ao processo discursivo estão vinculados as suas Condições de Produção. Parte-se, assim, das modificações ocorridas no processo educacional brasileiro, relacionadas às reformas do Estado. Em meio a essas mudanças, evidencia-se o conflito entre grupos políticos, nos embates acerca da discussão público/privado em diversos âmbitos, inclusive no da educação. Ao assumir a presidência, Luís Inácio Lula da Silva, na busca de consenso em relação às mudanças que considera necessárias para a educação brasileira, por meio de implícitos e silenciamentos, constrói um discurso sedutor, que oculta seu comprometimento com quaisquer segmentos sociais.