Apraxia e silenciar: formas resistência-revolta por meio de uma subtração subjetiva
DOI:
https://doi.org/10.22456/2594-8962.55180Resumo
A língua não somente categoriza o mundo como nos obriga a dizer algo acerca desse mundo. Não é para menos que, já na Grécia Antiga, os pirrônicos encontravam-se em difi culdades em seu discurso: uma vez que postulavam a (momentânea) suspensão do juízo como postura fi losófi ca, como não predicar ao falar? Segundo Montaigne, para evitar a armadilha de recorrer constantemente à modalizações no estilo “afirmo que não afirmo”, os pirrônicos teriam de se valer de uma linguagem outra, uma imaginária língua, negativa. Entretanto, se pensarmos essa problemática na perspectiva da Análise de Discurso, poderíamos propor o silenciar, enquanto prática/ apraxia, como forma mais efi caz de suspensão do juízo?