YOKO TAWADA: ENTRE AS MARGENS DAS LITERATURAS-MUNDO
DOI:
https://doi.org/10.22456/2594-8962.136199Resumo
Há um constante esforço da crítica literária em pensar a obra de Yoko Tawada sob a perspectiva da forma, gênero e categoria literária. Entre as possíveis categorizações, definem-na como: literatura pós-moderna (KERSTING, 2006), exofônica (WRIGHT, 2008; NEUMANN, 2019), “de migração” (ESSELBORN, 2007; KURITA, 2015), “de viagem” (KRAENZIE, 2008); literatura contemporânea alemã (BANOUN, 2010; DE ABREU, 2017), literatura sem morada fixa (PORTO, 2022), Weltliteratur (STURM-TRIGONAKIS, 2007; TYERNEY, 2010), entre outros. As diferentes nomenclaturas mostram a diversidade e a riqueza irredutível de uma obra multiforme. Observa-se um contínuo interesse na pesquisa acadêmica, em parte, talvez, pelos desafios que impõe aos pesquisadores, ou, ainda, pela ampla superfície de projeção nos diferentes discursos literários propostos por pesquisadores da área de crítica literária e do comparativismo. Destaca-se, nos discursos mais recentes, a tendência a se pensar sua literatura em uma perspectiva pós-colonial. Nesse artigo busca-se promover a reflexão sobre a necessidade de se teorizar novas formas de pensar a literatura justamente pela existência de escritores como Tawada. Essa reflexão parte da conceituação proposta por Ottmar Ette (2017) de Weltliteratur, exposta em sua obra Fractais do Mundo: um caminho pelas Literaturas-Mundo, para chegar nas razões da reformulação do termo.