O SUSPIRO DE LUÍS CARDOSO EM “RÉQUIEM PARA O NAVEGADOR SOLITÁRIO”
A SEMI-PRESENÇA E A SEMI-AUSÊNCIA DE CATARINA EM SEU EXÍLIO
DOI:
https://doi.org/10.22456/2594-8962.135992Resumo
Diante da necessidade de redimensionar os arquétipos de sociedade e de desmistificar a ideia do “ter-sido”, instaura-se um processo de recondução histórico-social, no qual a tonicidade do sujeito se mostrou a melhor arma contra os dilemas e os conflitos surgidos no entre-guerras. É pela literatura que vão sendo percebidos os movimentos colocados em curso no âmbito da centralidade do indivíduo, a fim de (re)construir a ideia de Ser para o mundo, projetando as experiências humanas a partir da desfronteira incorporada como o meio para a consolidação de uma consciência que abrange o sujeito histórico na sua inteireza. É pela palavra (ou sua ausência) que se vai pensar este estudo. A ideia de pertencimento, de deslocamento e de exílio foi relativizada no imaginário dos sujeitos que tinham no espaço a sua raiz. Pensando nisso, propõe-se analisar a obra Requiem para Um Navegador Solitário, de Luis Cardoso, evidenciando-se a personagem Catarina, que tem o seu corpo e sua subjetividade cindidos pelas variadas dimensões fronteiriças surgidas no exílio que lhe é imposto. O quase pertencer, transforma-a em alguém que vive no deslocamento que é moldado sempre na ordem da ausência.