O PERCURSO EXÍLICO DE ALFRED DÖBLIN DURANTE A SEGUNDA GUERRA MUNDIAL
DOI:
https://doi.org/10.22456/2594-8962.133440Resumo
O artigo enfoca o relato de Alfred Döblin sobre sua fuga da Europa durante a Segunda Guerra Mundial. Em sua obra Viagem ao destino: relato e confissão confissão [título original: Schicksalsreise. Bericht und Bekenntnis], o autor alemão expõe o drama dos sujeitos que tiveram que deixar o continente em chamas, relatando as minúcias da fuga. Seu relato traduze a vivência do exílio a partir do deslocamento, da travessia que os levou do lugar de partida até o destino de abrigo. Döblin narra, assim, o entremeio, o deslocamento geográfico e temporal e a condição subjetiva de angústia, medo, fome, entre outros aspectos que compreendem o processo que abrange tanto as passagens por distintos locais, quanto o movimento interno de tornar-se um desterrado ou deslocado. As distintas dimensões narrativas, para mais, apontam para a urgência desses sujeitos – simbolizados pelo autor em questão – em fugir do contexto em que estavam inseridos, assim como dão a ver o choque causado pela desumanização provocada pela guerra e suas consequências.