A LÍNGUA MATERNA E RESSONÂNCIAS DA PALAVRA NA FALA DA CRIANÇA
DOI:
https://doi.org/10.22456/2594-8962.132791Resumo
Este atigo coloca em questão o estatuto da língua materna concebida em sua função determinante da fala infantil. Importa notar que o conceito de língua materna é marcado pela heterogeneidade, isto é, implica grande variedade que, de algum modo, relaciona-se com a linha teórica a que se filia o investigador da aquisição de linguagem. Abordamos esse conceito, inicialmente, na perspectiva cognitivo-social de modelo linguístico, apenas com a pretensão de trazer à tona a marca de diferença da língua materna assumida neste trabalho a qual está articulada de modo indissociável à noção lacaniana de lalíngua. Essa marca consiste na equivocidade dos jogos sonoros que constituem a lalíngua, provocando rupturas nos padrões da língua. Assim, nossa proposta possui, como solo de origem, a psicanálise lacaniana que é afetada pela linguística saussuriana, o que fundamenta a tentativa de trazer à tona efeitos provocados – sobre a escuta do investigador para a fala infantil – pelo cruzamento entre noções da linguística e da psicanálise. A fim de fornecer alguma visibilidade empírica ao equívoco implicado em lalíngua, fazemos referência, a título de ilustração, a excertos de fala de uma criança, num momento inicial de sua trajetória linguística.
Palavras-chave: Aquisição de linguagem. Língua materna. Lalangue.