O POÇO
OU DESCENDO AO NÍVEL MAIS ALTO DA HUMANIDADE
DOI:
https://doi.org/10.22456/2594-8962.132753Resumo
O contato com o vazio interior humano e suas formas de materialização social permanecem um elemento recalcado em nossa cultura. Entender sua ocorrência pode ser uma das formas a partir da qual se faz possível compreender o seu lugar na construção do objeto sociedade. Nesse artigo, analisa-se o filme O poço (El hoyo, 2019) a partir de uma perspectiva materialista-lacaniana, tomando por base os trabalhos Freud (2010), Lacan (1988; 2002), Žižek (2016; 2013) Adorno (2008), Adorno e Horkheimer (2006), Lukács (2018) e outros, como meio de problematizar como o filme supera a promessa de vitória imediata da classe oprimida propagada pela indústria cultural ao instituir a aceitação do nada ontológico do ser como caminho para o acontecimento verdade. Concluiu-se que Goreng, ao encarar o abismo, aceita o momento da pura subjetividade dando forma ao ato autenticamente humano como aceitação do Nada como sua substância ontológica.