GONÇALO MENDES RAMIRES E CELESTINO: MASCULINIDADE, VIOLÊNCIA E COLONIALISMO OU O QUE NÃO SE PODE ESQUECER
DOI:
https://doi.org/10.22456/2594-8962.117235Resumo
Nesta reflexão, investigamos aspectos que nos permitem unir e distanciar Gonçalo Mendes Ramires e Celestino. O primeiro é personagem de A ilustre casa de Ramires, de Eça de Queiroz, escritor do Realismo português oitocentista; o segundo, de A visão das plantas, de Djaimilia Pereira de Almeida. Em relação ao texto contemporâneo, o cotejamento com a produção de Eça de Queiroz nos permite identificar traços qualificadores do século XIX. Por isso, adotamos como método a descrição o máximo possível pormenorizada de elementos constitutivos do oitocentos. Interseccionamos História europeia com História lusa para assim entendermos como elementos psicossociais característicos do século XIX se fazem presente nos seres ficcionais focalizados. À medida que relacionamos período histórico e psicossocial identificamos a dicotomia existente entre lembrar e esquecer de uma tradição cultural ocidental, de um passado alçado à categoria de mítico e de uma vivência. Em nosso percurso comparativo, nos valemos das reflexões de Hannah Arendt, de Eric Hobsbawn, de Hans Jonas, de Eduardo Lourenço, de Oliveira Martins, de György Lukács, de Oyèrónkẹ Oyěwùmí.