Bolchevismo ou maximalismo: uma abordagem terminológica e diacrônica
DOI:
https://doi.org/10.22456/2236-6385.102995Palavras-chave:
Terminologia Diacrônica, Socioterminologia, bolchevismo, maximalismo.Resumo
Este trabalho tem como objetivo descrever e analisar o emprego do termo bolchevismo e de suas variantes no momento de sua introdução e início de sua circulação no Brasil (1917-1920). Para tanto, adotamos a ótica da Terminologia Diacrônica em conjunto com a Socioterminologia Variacionista. Utilizamos como fonte os registros jornalísticos reunidos em O Ano Vermelho (MONIZ BANDEIRA; MELO; ANDRADE, 1980) e o acervo de jornais da Hemeroteca Digital Brasileira com o intuito de verificar em que categorias de variantes do constructo de Faulstich (2001) os termos se inserem. Através da análise das variantes, concluímos que a variação, de ordem competitiva, foi suprimida pela necessidade de definição do conceito, o que levou à consagração do termo bolchevismo.
Downloads
Referências
ALVES, Ieda Maria. Socioterminologie. Une approche sociolinguistique de la terminologie. Tradterm, São Paulo, n. 9, p. 229-232, dez. 2003.
AUGER, Pierre. Le phénomène de l’anglicisation de la langue forestière au Québec: essai de socioterminologie diachronique. In: CANDEL, Danielle; GAUDIN, François. (orgs.). Aspects diachroniques du vocabulaire. Mont-Saint-Aignan: Publications des Universités de Rouen et du Havre, 2006. p. 137-156.
BARBOSA, Ruy. Pelos soldados da Democracia. Bahia Illustrada, Rio de Janeiro, ano 2, n. 12, p. 11-12, 12 nov. 1918. Disponível em: http://memoria.bn.br/DocReader/docreader.aspx?bib=066940&pesq=maximalismo. Acesso em: 16 fev. 2020.
BARTZ, Frederico Duarte. O maximalismo como problema: circulação e apropriação da ideia de bolchevismo no movimento operário brasileiro durante os primeiros anos da Revolução Russa. Izquierdas, Santiago, n.31, p. 235-248, dez. 2016.
BNDIGITAL. A Noite, Rio de Janeiro, ano 8, n. 2.529, p. 1, 28 dez. 1918a. Disponível em: http://memoria.bn.br/DocReader/docreader.aspx?bib=348970_01&pasta=ano%20191&pesq=bolshevikismo&pagfis=14145. Acesso em: 4 ago. 2020.
BNDIGITAL. O Combate, São Paulo, ano 3, n. 800, p. 1, 7 jan. 1918b. Disponível em: http://memoria.bn.br/DocReader/DocReader.aspx?bib=830453&pesq=maximista&pasta=ano%20191. Acesso em: 1º mar. 2020.
BNDIGITAL. Correio Paulistano, São Paulo, n. 20.299, p. 4, 6 jan. 1920. Disponível em: http://memoria.bn.br/DocReader/DocReader.aspx?bib=090972_07&pesq=bolshevista&pasta=ano%20192. Acesso em: 1º mar. 2020.
BNDIGITAL. Hemeroteca Digital Brasileira. 2020. Disponível em: http://bndigital.bn.gov.br/hemeroteca-digital/. Acesso em: 16 fev. 2020.
CANDEL, Danielle; GAUDIN, François. (orgs.). Aspects diachroniques du vocabulaire. Mont-Saint-Aignan: Publications des Universités de Rouen et du Havre, 2006.
DURY, Pascaline; PICTON, Aurélie. Terminologie et diachronie: vers une réconciliation théorique et méthodologique? Revue française de linguistique appliquée, Paris, vol. 14, n. 2, p. 31-41, 2009.
DURY, Pascaline; DROUIN, Patrick. L’obsolescence des termes en langues de spécialité : une étude semi-automatique de la « nécrologie » en corpus informatisés, appliquée au domaine de l’écologie. Aarhus: Aarhus University, 2010.
FAULSTICH, Enilde. Principes formels et fonctionnels de la variation en terminologie. Terminology, Amsterdam, v.5, n.1, p. 93-106, 1998.
FAULSTICH, Enilde. Aspectos de Terminologia geral e Terminologia variacionista. TradTerm, São Paulo, n.7, p. 11–40, 2001.
GAUDIN, François. Socioterminologie : du signe au sens, construction d’un champ. Meta, Montréal, v. 38, n. 2, p. 293-301, 1993.
GAUDIN, François. Quelques mots sur la socioterminologie. Cahiers du RIFAL, Bruxelas, n. 26, p. 26-35, 2007.
HERMANS, Ad. Terminologie diachronique. Actes du colloque organisé à Bruxelles les 25 et 26 mars 1988. Meta, Montréal, vol. 36, n. 4, p. 678-680, 1991.
HOUAISS ELETRÔNICO. São Paulo: Editora Objetiva, 2009.
KRIEGER, Maria da Graça; MACIEL, Anna Maria Becker (Org.). Temas de terminologia. São Paulo/ Porto Alegre: Ed. Universidade/ UFRGS/ Humanitas/USP, 2001.
LONTRA DA CONCEIÇÃO, Fabiana Zogbi. O discurso leninista (1902-1918): levantamento terminológico. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Letras) - Instituto de Letras, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS, 2019.
MACEDO, Cristian Cláudio Quinteiro. A arte da tradução: um breve exercício de terminologia diacrônica. Cadernos do IL, Porto Alegre, n. 59, p. 255-270, out. 2019.
MALDONADO, Luccas Eduardo. O Ano Vermelho: entre 50 e 100 anos. Lutas Sociais, São Paulo, v. 21, n. 38, p. 208-211, 2017.
MARENGO, Sandro Márcio Drumond Alves. Variações terminológicas e diacronia: estudo léxico-social de documentos manuscritos militares dos séculos XVIII e XIX. 2016. Tese (Doutorado em Letras) – Faculdade de Letras, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG, 2016.
MONIZ BANDEIRA, Luiz Alberto; MELO, Clóvis; ANDRADE, Aristélio Travassos. O Ano Vermelho: a revolução russa e seus reflexos no Brasil. 2ª ed. São Paulo: Brasiliense, 1980.
REIS FILHO, Daniel Aarão. A revolução de mudou o mundo: Rússia, 1917. São Paulo: Companhia das Letras, 2017.
SODRÉ, Nelson Wernerck. Uma contribuição importante. In: MONIZ BANDEIRA, Luiz Alberto; MELO, Clóvis; ANDRADE, Aristélio Travassos. O Ano Vermelho: a revolução russa e seus reflexos no Brasil. 2ª ed. São Paulo: Brasiliense, 1980. p. 9-11.
SOUZA, Ivan Pereira de. Do engenho à usina: estudo diacrônico da terminologia do açúcar. 2007. Dissertação (Mestrado em Letras) – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, SP, 2007.
VOLÓCHINOV, Valentin. A palavra na vida e a palavra na poesia. Tradução de Sheila Grillo e Ekaterina Vólkova Américo. São Paulo: Editora 34, 2019.
WEILL, Claudie. À propos du terme « bolchevisme ». Cahiers du monde russe et soviétique, vol. 16, n. 3-4, p.353-263, jul.-dez. 1975.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
(a) Os autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Attribution License, permitindo o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria do trabalho e publicação inicial nesta revista.
(b) Os autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
(c) Os autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (veja O Efeito do Acesso Livre).
(d) Os autores estão conscientes de que a revista não se responsabiliza pela solicitação ou pelo pagamento de direitos autorais referentes às imagens incorporadas ao artigo. A obtenção de autorização para a publicação de imagens, de autoria do próprio autor do artigo ou de terceiros, é de responsabilidade do autor. Por esta razão, para todos os artigos que contenham imagens, deve ser encaminhada por correio postal uma declaração, assinada pelo autor do artigo, de que o uso da imagem foi autorizado, sem qualquer ônus financeiro para os Cadernos do IL.