TENT OF MODERNITY: MISCEGENATION AS EPISTEMOLOGY AND TECHNOLOGY OF NATION IN JORGE AMADO’S TENDA DOS MILAGRES AND CONTEMPORARY BRAZILIAN VISUAL MEDIA
Resumo
Abstract: Jorge Amado, through his literary works and their subsequent cinematic and television adaptations, can be considered a fundamental voice in the canonization of miscegenation and multiraciality as both narratives and mechanisms of Brazilian national identity and formation. This essay will examine his 1969 novel Tenda dos Milagres, namely the voicing of miscegenation as a field of knowledge by various characters with different racial politics. More specifically, this field of knowledge, I argue, functions in the novel as a national transhuman mechanism of engineering a modern body politic and articulating a politics of corporality – one following existing discourses and nationalist claims of a racially hybrid national modernity, and to which Amado’s protagonist, Pedro Archanjo, subscribes. In approaching miscegenation as a technology of racialized and gendered biopower, we can more neatly contextualize it within a genealogy of misrecognized discourses and cultural mechanisms of national progress/whitening including hygienism and incentivized European influx, as well as contemporary forms of corporal transformation such as cosmetic surgery and fitness culture that operate nationally via assorted and reformulated images of mixed-race bodies, specifically Amado’s canonized mulata.
Keywords: Jorge Amado; Miscegenation; Modernity; Racial Democracy; Multiraciality
Resumo: Jorge Amado, através da sua obra literária e as subsequentes adaptações cinematográficas, pode ser considerado uma voz fundamental na canonização de estéticas de mestiçagem e multirracialidade como narrativas e mecanismos de formação e identidade nacionais brasileiras. Este ensaio examinará o seu romance, Tenda dos Milagres (1969), particularmente a sua encenação da mestiçagem como campo de conhecimento por via de várias personagens em diferentes polos do espetro político. Mais especificamente, este campo de conhecimento, o ensaio propõe, funciona no romance como um mecanismo nacionalista trans-humano de produzir o corpo nacional [body politic] e uma política corporal que segue discursos e narrativas nacionais de uma modernidade brasileira racialmente híbrida, a qual é celebrada pelo protagonista, Pedro Archanjo. Ao abordar a mestiçagem como tecnologia de biopoder racial e de gênero, podemos, assim, contextualizar os discursos amadianos da mestiçagem dentro de uma genealogia de mecanismos culturais de “progresso” nacional e de embranquecimento que inclui o higienismo, imigração europeia promovida pelo Estado, e formas contemporâneas de transformação corporal incluíndo cirurgia plástica e fitness que operam nacionalmente através de diferentes imagens de corpos racializados, tomando, como exemplo fundamental, a figura da “mulata” – central na obra amadiana.
Palavras-chave: Jorge Amado; Mestiçagem; Modernidade; Democracia Racial; Multirracialidade