ESCRITORES PIAUIENSES NO RIO DE JANEIRO: PARATOPIA E JOGO LITERÁRIO NAS TRÊS PRIMEIRAS DÉCADAS DO SÉCULO XX
Resumo
Resumo: Dividido em centros de migração intelectual, o campo literário brasileiro, no período da República Velha, tinha um ponto de convergência: o Rio de Janeiro. Atraídos por circunstâncias profissionais favoráveis no funcionalismo público ou no exercício das letras, sobretudo na grande imprensa, poetas e prosadores de diversas regiões se deslocaram para a capital nacional, formando um espaço simbólico com razoável autonomia. Foi nesse recorte histórico que importantes escritores do Piauí se projetaram em jornais ou revistas ilustradas, alguns dos quais publicando livros de reconhecido mérito literário, como Berilo Neves, Da Costa e Silva e Félix Pacheco. Por trás das diversas atividades desses literatos havia estruturas de poder que viabilizavam ou conformavam as suas produções – essa complexa relação é analisada neste artigo a partir do aporte teórico de Pierre Bourdieu, Bernard Lahire, Dominique Maingueneau e Machado Neto, através dos conceitos de “campo literário”, “jogo literário” e “paratopia”, que operam em uma estrutura sociológica específica entendida como “república das letras”. Além dos nomes anteriormente citados, são também analisados os casos de Antônio Martins Castelo Branco e Carlos Castello Branco, jornalistas piauienses que interpretaram os conflitos mundiais e o Brasil, respectivamente, em diferentes épocas.
Palavras-chave: Campo literário brasileiro; Jogo literário; Paratopia.
Abstract: Divided into centers of intellectual migration, the Brazilian literary field, in the period of the Old Republic, had a point of convergence: Rio de Janeiro. Attracted by favorable professional circumstances in the public service or in the exercise of writing, especially in the mainstream press, poets and prose writers from different regions have taken off to national capital, forming a symbolic space with reasonable autonomy. It was in this historical context that important writers from Piauí projected themselves in illustrated newspapers or magazines, some of them publishing books of recognized literary merit, such as Berilo Neves, Da Costa e Silva and Félix Pacheco. Behind the diverse activities of these scholars, there were power structures that made their productions feasible or conformed – this complex relationship is analyzed in this article, from the theoretical contribution of Pierre Bourdieu, Bernard Lahire, Dominique Maingueneau and Machado Neto, through concepts such as “literary field”, “literary game” and “paratopia”, that operate in a specific sociological structure understood as “republic of writing or letters”. In addition to the names mentioned above, the cases of Antônio Martins Castelo Branco and Carlos Castello Branco, Piaui journalists who interpreted world and Brazil conflicts, respectively, at different times, are also analyzed.
Keywords: Brazilian literary field; Literary game; Paratopia.
